Icone feminino da contracultura veio ao Brasil para tentar se livrar das drogas, mas sucumbiu às tentações do Rio e de Salvador e se jogou numa aventura que marcou sua biografia.

Por Jairo Sanguiné / R3S

Há exatos 51 carnavais, a lendária roqueira norte-americana Janis Joplin, ícone da contracultura, chegava ao Rio de Janeiro para uma tentativa de se livrar da dependência química, mais especificamente a heroína, droga pesadíssima e bastante comum no meio artístico da época.

Mas parece que as coisas não fluíram como o esperado. A história é por demais conhecida. Janis desembarcou em terras cariocas numa época nada propícia para quem pretendia uma reabilitação, em pleno carnaval de 1970.

No lugar da desintoxicação, Janis se jogou de corpo e alma nas tentações que o Rio oferecia. Foi ao desfile das escolas de samba, onde viu a Portela sagrar-se campeã, desfilou de topless na praia da Macumba, nadou nua na piscina do Copacana Palace (foi expulsa por isso), dançou em vários inferninhos e, conta a lenda, que foi acompanhada pelo cantor Serguei, que jura de pés juntos que levou a roquera para o submundo do Rio. Morreu de overdose oito meses depois, em um hotel nos Estados Unidos. Deixou uma obra inigualável e até hoje é reverenciada como uma das vozes mais marcantes do blues.