Conflito sobre o que é ser mulher e a maternidade obrigatória no Brasil, tem apresentações virtuais, exibição de vídeo e exposição no Instagram

Por Assessoria / R3S

“A mulher nasce com a eterna possibilidade de ser mãe, a sociedade espera isso dela, mas quando uma gravidez acontece, ela se questiona sobre a verdadeira necessidade de escolher a maternidade. O aborto se torna uma experiência contraditória quando o corpo que carrega o bebê permanece em constante avaliação, estabelecendo a dúvida sobre qual vida se interrompe, a vida do bebê ou a da mulher.” – afirma Isadora Kurmmenauer, autora do texto

“Parto” conta a história de mulheres, de uma experiência feminina aparentemente obrigatória no Brasil, que é a maternidade. A peça é destinada a todes, acima de 14 anos, pois fala de uma relação universal que é a nossa com a maternidade, com as nossas condições mais íntimas de existir e frequentar e compreender este mundo. Serão 8 (oito) apresentações virtuais, por quatro dias, a partir do dia 12 de fevereiro. E, no dia 08 de Março, haverá uma ação on-line com apresentação de um vídeo inédito e a gravação da experiência virtual PARTO testemunhos sonoros e visuais. Durante o mês de março, uma artista plástica convidada ocupará o Instagram do projeto com uma exposição virtual.

“No texto motor da criação, a mulher nasce com a possibilidade de ser mãe, e a mulher sabe da possibilidade do aborto, palavra que se torna uma experiência não-dita quando o corpo que gera permanece em constante avaliação, instaurando a dúvida: qual vida se interrompe, a do bebê ou a da mulher? Interromper é parir ou abortar?” complementa Natasha Corbelino, diretora do projeto.

É dentro desse conflito sobre o que é ser mulher, o que é esperado de cada uma, que surge a dramaturgia de PARTO e a pesquisa entre as mulheres que fazem parte da equipe da peça. Uma peça universal que trata da relação entre mães e filhas, entre mulheres e outras mulheres, entre homens e crias, PARTO questiona qual nosso verdadeiro papel em nossa sociedade que está avaliando quem somos e nos enquadrando em gêneros. “Participava da Frente de Saúde e Educação Popular no morro do Preventório, em Niterói. Trabalhava com mulheres do território, realizando uma roda de conversa com grávidas e puérperas. Nosso objetivo era conversar sobre os direitos das mulheres na hora do parto, saúde e os papéis que desempenhamos socialmente. Foi a partir de uma provocação de Diogo Liberano, em sala de aula, que percebi o que me assombrava e me encantava naquela época: assistir mães e seus bebês e todo amor e desejo que existia naquela relação, independente de qualquer adversidade.” – Isadora

O projeto, que conta com a direção de Natasha Corbelino e traz à cena Dani Câmara, Karla Muniz, Laura Nielsen, Paula Furtado e Sara Hana, faz parte de um estudo que se iniciou no Núcleo de Dramaturgia da FIRJAN SESI, com texto de Isadora Krummenauer, em 2018. No início de 2020, a equipe se firmou, explorou e estudou parte da arte novos caminhos ao realizar duas leituras performativas. A primeira no Grupo Código, em Japeri, no dia 08 de março de 2020 e a segunda na Casa do Humaitá, na mesma época. Fariam a terceira no evento Escrita por Mulheres do CCJF em 13 de Março, contudo, a instalação de medidas de segurança por conta do COVID-19 deu início a quarentena, cancelando o evento.

Mesmo com a impossibilidade de estrear no teatro em 2020, seguiram com as investigações artísticas e adaptaram trechos do texto para uma performance online “Parto, Testemunhos Sonoros e Visuais” dando continuidade à pesquisa e mantendo o projeto vivo. Com esta performance online, foram selecionadas pela curadoria do projeto internacional ARTISTS4PEACE: https://www.artists4peace.org/theater/parto “No encontro do texto com o real que se impõe pela pandemia e pelo Brasil racista que nos constitui, a performance não aborta a missão de existir em produção coletiva de saúde. Experimentamos com total liberdade de linguagem para descobrir o que pode um corpo de mulher quarentenada em zoom com outras mulheres em gestação de algo para que não tem nem nome. Parto.” diz Natasha.

A temporada inédita da peça PARTO estreia em formato virtual no YouTube da Ocupação Ovárias, e acontecerá nos dias 12,13,14 e 15 de fevereiro. No dia 08 de Março, que, além de ser o Dia Internacional da Mulher, marca um ano da primeira leitura pública do projeto, e última presencial antes da pandemia, haverá uma ação on-line também no youtube: publicação de um vídeo inédito sobre o percurso até aqui e transmissão da performance “Parto, Testemunhos Sonoros e Visuais” – 7 Artistas partilham experimentos cênicos sobre suas sonoridades e partituras do feminino atravessadas pela quarentena e por modos tecnológicos. PARTO foi contemplado com o edital #RETOMADACULTURALRJ do Governo do Estado do Rio de Janeiro/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através do Governo Federal e da Lei Aldir Blanc.

“Estar em cartaz online no carnaval 2021, alimentando a economia criativa da cidade, gerando renda para trabalhadoras da Cultura com uma obra que traz o corpo da mulher como palco de grandes acontecimentos é firmar a posição política de quem tem encarnada em si um campo de batalha. A luta pelos direitos sobre nossas corpas, que tanto se faz presente no carnaval como festa da liberdade, é motivadora para partilharmos este trabalho em aglomeração virtual, com as memórias pré pandemia vibrando na saúde coletiva. Partiu bloco virtual da arte que celebra a mulher em todas as suas escolhas.” conclui Natasha.

SINOPSE: PARTO conta a história de mulheres, de uma experiência feminina aparentemente obrigatória no Brasil, que é a maternidade. A mulher nasce com a eterna possibilidade de ser mãe, a sociedade espera isso dela, mas quando uma gravidez acontece, ela se questiona sobre a verdadeira necessidade de escolher a maternidade.

 

SERVIÇO:

PARTO

APRESENTAÇÕES

12 a 15 de fevereiro de 2021

Horário: 17h e 19h

Plataforma: Youtube da Ocupação Ovárias

Duração: 1h

Classificação Etária: 14 anos

Ingressos: Entrada Franca

 

EXIBIÇÃO DE VÍDEO e VÍDEO PERFORMANCE:

Data: 8 de março de 2021

Horário: 17h

Plataforma: Youtube da Ocupação Ovárias

Duração: 1h

Classificação Etária: 14 anos

Ingressos: Entrada Franca

 

EXPOSIÇÃO VIRTUAL, OCUPAÇÃO DO INSTAGRAM:

Data: De 01 a 31 de março de 2021

Horário: 14h às 16h

Plataforma: Instagram @par.to_