Solo com Carolina Garcia e direção de Paulo Balardim está em cartaz no Sesc Copacabana

 Por Assessoria / R3S

Elaborado a partir de intercâmbio de artistas gaúchos com companhia canadense, Habite-me é povoado de imagens criadas em narrativa formada por dança, máscaras e bonecos em escala humana. Ocupando a Sala Multiuso do Sesc Copacabana,  o espetáculo, com Carolina Garcia em cena  (ela também é responsável pela pesquisa), tem direção e dramaturgia de Paulo Balardim. Nomes respeitados no Teatro de Animaç&ati lde;o contemporâneo, dentro e fora do Brasil, os artistas gaúchos apresentam ao público uma obra onírica e emocionante, capaz de impulsionar uma poética contemplação sobre vida e morte. Como parte da temporada no Sesc Copacabana,  a atriz e pesquisadora Carolina Garcia  realiza a oficina “Habite-me/Presença” de 8 a 18 de agosto mediante avaliação de currículo (mais informações ao final do texto). A temporada vai até 18 de agosto, de sexta a domingo, às 18h.

Ao longo de 45 minutos, através de três quadros, Carolina Garcia conduz a narrativa. Manipula bonecos, usa máscaras e muitos objetos para elaborar as cenas de Habite-me.  Na porta do teatro, o público recebe um papel com trecho da obra “Elegia 1”, do poeta Rainer Maria Rilke (1875-1926), um dos mais importantes poetas de língua alemã do século 20. É uma espécie de passaporte para o que se assistirá a seguir. “O ponto de partida foi explorar interações entre bonecos e meu próprio corpo em busca de habitar o inanimado e me deixar habitar por ele”, conta Carolina.

Morando no Rio há quase três anos, Carolina Garcia foi a única atriz-marionetista a conquistar, em 2017, uma bolsa de residência artística no Canadá. Como parte do prêmio, ela poderia convidar um artista local para desenvolver pesquisa de linguagem na construção de bonecos. Foi assim que se aproximou da bonequeira Emilie Racine. “O encontro em torno do desenvolvimento da história foi tão intenso que ela levou o atelier dela para o apartamento que eu morava, de modo a potencializar a pesquisa. Nevava muito e pudemos fazer uma imersão fantástica no trabalho”, relembra a artista. De lá para cá, todo o trabalho ganhou forma com a direç&atilde ;o de Paulo Balardim e a participação do consagrado gaitista belga Tuur Florizione, que assina a trilha original.

Um novo modo de perceber o outro, através da tolerância e da empatia, também está entre os alicerces da peça. “Estamos numa época na qual precisamos oferecer novas percepções sobre o modo como nos relacionamos com o outro, dentro de uma perspectiva do que fazemos parte, influenciamos e constituímos cada qual o pensamento social e político do lugar que habitamos, conscientes ou não, e que nossas ações sobre o nosso corpo vivo de habitação maior, que é o planeta Terra, oferece o rumo da história. As cenas respiram com a gente e falam sobre o diálogo com a morte e o renascimento da vida, sobre as angústicas e anseios que faz em refletir sobre nossa ética de existência sob uma perspectiva feminina, dado que contemplo a vida sob esse ponto de vista”, contextualiza Carolina.

Sobre o desenvolvimento da obra, Paulo Balardim pontua: “Na medida em que criávamos os bonecos, criávamos também a escrita cênica. A ideia de ‘habitação’ ganhou outra dimensão apontando para um estado efêmero de permanência no tempo”, pontua Paulo.  Segundo ele, “Habite-me é um apelo para chamar a atenção para nossa transitoriedade”.  Não há a pretensão de se contar uma história com início, meio e fim. “É um espetáculo híbrido que apresenta formas animadas contemporâneas para adultos. A cenografia também é algo curioso: o trabalho do artista plástico Élcio Rossini contribui para criar a imaginação de uma presença não-antropomórfica em cena, ao mesmo tempo em que funciona como um dispositivo para ocultar a atriz, sem que ela necessite sair de cena”.

Atualmente, Balardim – além de ministrar aulas de teatro de animação na graduação e na pós-graduação em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, dirige os espetáculos O Bem-amado, de Dias Gomes e A cantora careca, de Ionesco. Também atua como editor-chefe da  Móin-Móin-Revista de Estudos sobre teatro de Formas Animadas.

Carolina Garcia é  atriz-marionetista (1994), educadora somática, diretora e produtora teatral. Fundadora e gestora do Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo/RS desde 2010, é coordenadora das atividades de intercâmbio e formação do Festival Cena Brasil Internacional (2013). Ao longo de sua trajetória artística, já participou de diversos festivais nacionais e internacionais de teatro, quer apresentando espetáculos ou ministrando workshops. Representou o Brasil no Festival de Teatro de Edimburgo e Ano Brasil/Portugal (2013), Festival de Avignon e Ano Brasil /Uruguai (2015). Como pesquisadora foi selecionada para projeto de estudos no Théâtre Du Mouvement e Micadanse (Paris/2014),  e foi  a artista brasileira selecionada pelo Conselho de Arts do Canadá para participar da  “Résidence Cróisée” em Montreal/Canadá, onde ministrou Master Class na UAQM e participou do Festival de Castelier (2017). Professora do Método Feldenkrais na Faculdade Angel Vianna, coordena o grupo de estudos e teatro  de bonecos da EAB ( Escolinha de Arte do Brasil-RJ).

 

Serviço

“Habite-me” – Pesquisa e atuação: Carolina Garcia. Direção e dramaturgia: Paulo Balardim. Gênero: teatro de animação

Estreia dia 1º de agosto, às 18h | Duração 45 minutos

Temporada: até 18 de agosto de 2019. Sexta, sábado e domingo, às 18h

Local: Sala Multiuso do Sesc Copacabana

End: Rua Domingos Ferreira, 160 Tel 21 2547-0156

Ingressos: R$ 7,50 (associado Sesc); R$ 15 (meia-entrada); R$ 30 (inteira)

Bilheteria: horário de funcionamento :: terça a sexta-feira, de 9h às 20h; sáb., dom. e feriados: das 12h às 20h