O ator, autor e diretor Paulo Betti tem uma longa carreira nos palcos, nos sets cinematográficos e em novelas. Na Televisão são mais de 70 personagens em novelas, minisséries e especiais e outros 40 no cinema. No teatro, participou de mais de vinte peças como ator, e outras dezenas como autor, produtor ou diretor.  Na TV está atualmente no elenco da novela “Órfãos da Terra”, na Rede Globo.

Ele agora está preparando, para setembro, um lançamento especial do filme “A Fera na Selva”, adaptação da novela de Henry James, que Betti dirige em parceria com Eliane Giardini  e Lauro Escorel. O lançamento prevê um curso sobre o processo de produção do filme, onde o público que participar lerá o livro original e o roteiro adaptado para depois assistir ao filme junto com os diretores e analisar e discutir o processo.

 

Leia a entrevista exclusiva com Paulo Betti concedida via instagram:

R3S – Como Está  a preparação para o lançamento do filme “A fera na selva”?

PAULO BETTI – Diante de tantas dificuldades estamos planejando o lançamento do filme com um curso de roteiro acoplado ao lançamento. É uma coisa muito simples, os interessados lêem o livro, eu mando o roteiro adaptado e depois assistimos ao filme juntos. Depois, num site, haverá um curso sobre o processo todo desde a adaptação, passando pelas filmagens e com cenas extras que não entraram na edição final. Com isso, estaremos propiciando um primeiro contato dos participantes com um tipo de trabalho muito importante que é o contato com o roteiro, pois é a partir do roteiro que tudo acontece. Então vamos fazer esse projeto para que as pessoas tenham noção de como a produção foi feita, do livro até o filme.

 

REVISTA 3SINAIS – Como você vê o atual momento do cinema e teatro brasileiros, diante de tantos ataques à produção cultural praticados pelo atual governo?

PAULO BETTI – Vejo com muita preocupação e temos que ficar unidos porque parece haver uma tentativa de desmonte das instituições que atuam na área da cultura, como se a cultura fosse inimiga, como se não fosse necessária ou algo desprezível. Portanto temos que ficar muito próximos.

 

R3S – Você sempre foi um artista engajado politicamente, inclusive é candidato nas eleições do SATED-RJ (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão).  Qual a importância desse engajamento?

PAULO BETTI – Há algum tempo achamos que o sindicato poderia ter uma atuação menos assistencialista, de ter uma importância no debate cultural. A ideia é de renovar, promover uma campanha de filiação de novos sócios. Não que a atual direção não faça nada, até achamos que faz, mas são quatro mandatos consecutivos, e acho que a alternância é saudável para a entidade.