Presidente Bolsonaro cumpre mais uma promessa de campanha para desmantelar a cultura do país

Em março de 2018, o então deputado federal e pré-candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro,  já declarava que, caso eleito, extinguiria o Ministério da Cultura, numa demonstração do pouco apreço do agora presidente, à área.  E foi exatamente o que fez ao assumir, acabou com a pasta responsável por um dos setores que mais cresce, gera empregos e impostos.  Para se ter uma ideia, para cita apenas os benefícios econômicos da áreal cultural,  o setor devolve à sociedade, em forma de impostos, negócios e empregos, cerca de 2,64% do PIB, ou seja,  R$ 10,5 bilhões de impostos federais diretos, 1 milhão de empregos.

Agora, passados os 100 dias de governo, mais uma infeliz promessa começa a ser cumprida. Projetos da área do cinema, da música, do teatro e das produções cultuais como um todo sofreram, no início da semana, um enorme abalo com o anúncio de que a Petrobras, uma das maiores empresas do país apoiadora do setor, vai reduzir drasticamente seu orçamento para patrocínios. “A Petrobras está revisando sua política de patrocínios para readequar seu orçamento e em alinhamento ao posicionamento de marca da empresa, com intenção de maior foco nos segmentos de ciência, tecnologia e educação, principalmente infantil”, diz a empresa por meio de documento à imprensa.

Inicialmente  o corte de verba de patrocínio atinge 13 importantíssimas iniciativas culturais , entre elas o Festival do Rio, o Prêmio da Música Brasileira, a Casa do Choro do Rio de Janeiro, Anima Mundi, e o Teatro Poeira, só para citar os que atingem diretamente a produção cultural no Rio.

Os organizadores do tradicional Festival de Cinema do Rio, que este ano chega à sua 21ª edição,  já manifestaram a preocupação com a notícia do corte. Desde o início do projeto a estatal foi patrocinadora do evento, chegando a ser responsável por 90% do orçamento total. De acordo com Vilma Lustosa, os organizadores estão no mercado tentando conquistar outros patrocinadores. Mas não existe o risco de o festival não se realizar. “Não queremos abrir mão disso, porque esse setor gera economia. Se está desvalorizado, temos que mostrar os números que pode gerar. É uma obrigação nossa, um compromisso que temos com a sociedade. Não podemos deixar esse hiato. Vamos trabalhar para que o festival aconteça e que aconteça lindo”, disse ela ao jornal O Globo.

Cabe lembra que a lei Rouanet possibilita que empresas destinem parte do que devem ao Estado em impostos para investimento em projetos culturais, sem o que seria muito difícil a captação. Mas, para que possam captar esses recursos, os idealizadores dos projetos precisam de aprovação de órgão do Ministério da Cultura. A pasta também realiza outros tipos de investimentos na área cultural.