“Mãe!”, o novo longa do cineasta nova-iorquino Darren Aronofsky (“Pi”, “Cisne Negro”, “Noé”) não foi feito para agradar. Longe disso. Foi feito para causar estranhamento, incômodo mesmo e, sobretudo, para fazer a gente refletir na cadeira do cinema e seguir pensando no banco do ônibus na viagem de volta para casa após a sessão. Além, é claro, de ser um filme para ser interpretado e analisado sob infinitos ângulos, ou seja, “Mãe!” bota o cérebro para funcionar, pois o roteiro típico de Aronofsky é recheado de metáforas, referências, crítica social…

Longe de ser uma obra prima cinematográfica, o filme tem potencial para levar o espectador a revê-lo algumas vezes até chegar a alguma conclusão. Com referencias a muitas passagens bíblicas que vão do jardim do éden, passando por Adão, Eva,  Cain e Abel, Maria, Jesus, Apocalipse e até o Todo Poderoso, na pele de um poeta em busca de inspiração e do reconhecimento idolátrico. O filme também dá pinceladas em temas da hora, como machismo, misoginia, egocentrismo e outros ligados a questões religiosas.

Terror? Se você for assistir “Mãe!” com a ideia de que se trata de um filme do gênero, esqueça. Troque de sala e vá assistir “It, A Coisa”, de Andy Muschietti. No máximo pode-se enquadrá-lo na linha de suspense ou thriller psicológico, tipo o clássico “O Bebê de Rosemery”, de Roman Polanski.

No elenco, nomes consagrados como Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Ed Harris e Michelle Pfeiffer. A trilha sonora é composta pelo silêncio, apenas. O silêncio que choca e impõe uma necessária carga dramática a que o filme se propõe. Carga essa quase toda em cima da protagonista (Lawrence), que parece carregar consigo um pau de selfie com uma câmera quase o tempo todo em cima de si e de seu semblante.

“Mãe!”, portanto, vale ser visto e revisto para ser melhor interpretado. Sem terror gratuito, faz pensar, mesmo odiando-se o filme.

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Imagem: divulgação