Lázaro Ramos, Juliana Alves, Aza Njeri, Orlando Caldeiras, Benedita da Silva, Flavia Oliveira, Hilton Cobra entre outros, são alguns dos artistas que estarão presentes

A necessária interlocução entre artistas negros e o poder público, a partir da discussão sobre implementação de ações afirmativas em editais e processos artísticos para os segmentos de teatro, dança, circo, performance, contação de histórias e slam, levou à idealização do 1º Forum Nacional de Performance negra, que acontece no Museu de Arte do Rio (MAR) nos dias 8 e 9 de junho.

Artistas como Lázaro Ramos, Juliana Alves, Aza Njeri, Orlando Caldeiras, Benedita da Silva, Flavia Oliveira, Hilton Cobra entre outros, são alguns dos que estarão presentes

A iniciativa começou em outubro de 2018, no Espaço Cultural Terreiro Contemporâneo, quando um grupo de oito artistas negros se reuniram para a estruturação e consolidação do primeiro Fórum Fluminense sobre performatividade negra. Atualmente são mais de 50 coletivos e cerca de 800 profissionais cadastrados no mapeamento e assim surgiu o Primeiro Fórum de Performance Negra do Rio.

“Para além dessas proposições, também se abre a interlocução com áreas não- performáticas, como o audiovisual, em parceria com a Associação dos Produtores do Audiovisual Negro (APAN) e as artes visuais, entendendo nessas artes um meio indispensável para preservação de memória, divulgação dos trabalhos e promoção da visibilidade da produção do conjunto de artistas negros“, explica a organização.

Importantes profissionais de diversas áreas se colocaram à disposição para pensar e debater questões em torno de critérios, limites e horizontes de possibilidades para se qualificar uma realização performática como negra, levando em consideração aspectos como os meios de produção, estética, integrantes, representatividade e protagonismos qualificados, pontos importantes em torno da categoria “arte negra”.

O tema central é a discussão do papel e da responsabilidade dos profissionais das artes, dos que consomem arte, e, principalmente, dos incentivadores/patrocinadores que disponibilizam financiamento e investimento e dos agentes políticos que estruturam e condicionam a possibilidade de produção da cultura.

 

Confira a programação completa:

9h | ABERTURA: Caminhos abertos para respeito e diversidade nas artes: I Fórum Estadual de Performance Negra faz reverência

abalorixá Adailton Moreira

Iyalorixá Rosana Helena

Pastor Henrique Vieira

Sol Miranda – O fórum estadual de performance negra 2019:  processos de organização e autodeterminação:

A experiência e discussão da construção do Fórum Estadual de Performance Negra 2019 como via de resistência, organização e mobilização. Apresentação dos processos e dos caminhos que nos trouxeram a este Fórum.

Hilton Cobra – Sankofa: reavivando a memória e trajetória do fórum nacional de performance negra:

A partir da compreensão do princípio de Sankofa, que remete à circularidade e à necessidade de recuperarmos o passado e aprendermos com a sua experiência-memória, se discutirá sobre a memória e a trajetória do Fórum.

 

10h |  MESA I – Arte negra refletora do mundo: organização  e autodeterminação

A arte, e em específico a arte negra, possui um papel político-social definidor de novos paradigmas que espelham e refletem a pluralidade dos tempos. Assim, se debaterá o papel da arte negra enquanto agente, cuja centralidade parte de nossos processos de organização e autodeterminação.

Aza Njeri – Organização pela arte: seu papel refletor

Lázaro Ramos – O papel do artista enquanto mudança de paradigma

Jurema Werneck – O artivismo e a cultura afrodiaspórica fomentando novos saberes emancipatórios

Flávia Oliveira – Arte como impulsionadora de riqueza econômica, geração de trabalho e renda.

 

11h 30 | MESA II – Políticas públicas para equidade racial

Pensar e pautar políticas públicas para profissionais negros das artes é uma das urgências diante da rigidez dos tempos e das agruras apresentadas pelo cenário político nacional. Assim, se discutirá sobre a existência destas políticas públicas e quais caminhos para acessá-las, apontando reflexões sobre autonomia e emancipação.

Lu Fortunato – Caminhos para equidade racial: lei municipal de cultura

Elisiane Santos – O papel do Ministério Público do Trabalho na inserção de negros nas emissoras de TV

Thais Ferreira – Papel do legislativo e do executivo na legitimação da arte negra

Benedita da Silva – A Comissão de Cultura e responsabilidade institucional com a arte negra no Rio de Janeiro.

Apan – A Associação dos produtores do audiovisual negro e as políticas para inserção de lideranças negras no audiovisual. Quais os enfrentamentos atuais ?

 

14h 30 | Mesa III- Aqué: como pensar a rentabilidade das nossas produções

Reflexão sobre caminhos de autonomia financeira para pensarmos a rentabilidade das nossas próprias produções artísticas, tanto no nível institucional, quanto na via da autonomia artístico-financeira

Julia Santos- Curadoria e estratégias

Rodrigo França – Ubuntu e aqué

Orlando Caldeiras – Ações e visibilidades às produções e aos artistas negros

Eduardo Nascimento – O orçamento e a Secretaria Municipal de Cultura

Dêge Malungo – Cortando o pescoço da galinha

 

16h 30 | Mesa IV – Território e Aquilombamento: Da favela para o quilombo, a perifa grita!

Discussão sobre as demandas, críticas e movimentações dos diferentes territórios negros aquilombados em seus próprios processos. Mesa para ouvir, refletir e dialogar sobre caminhos de emancipação negra pela arte nas diferentes geografias.

Leandro Santana – BXD: Baixada fala

Vitor Pires –  Entre o sal e sol: processos artísticos negros na Região dos Lagos

Reinaldo Santana – Zona Oeste ecoando sua voz

Kelson Succi – A favela é!

 

DIA 9

9h 30 |  Mesa V – Corpo-palavra : Os Desafios do Teatro Negro brasileiro nas atuais conjunturas

Discussão sobre o teatro negro e contação de estórias a partir da nossa própria centralidade. Quais caminhos da dramaturgia negra contemporânea? Dramaturgia, contação de estória e griotagem, trilhas de educação, conscientização e organização.

Grace Passô – Palavra, corpo, gesto: materialização do universo

Adriana Rolin – Processo mitológico na construção dramatúrgica: mito de Obá

Nathália Grilo – Ayó Encontro Negro: a contação de estória como via de emancipação

Sidney Santiago – Os Desafios do Teatro Negro brasileiro e com as atuais conjunturas.

 

11h | Mesa VI –  Audiovisual – Performatividades & Memória.

Discussão sobre os caminhos do audiovisual e da performatividade para pensar nossas narrativas e processos de emancipação. Como essas duas poderosas artes podem contribuir para a nossa autonomia?

Yasmin Thayná –  O cinema e a performatividade negra como agentes de mudança

Bruno Duarte

Janaína Oliveira – A trajetória do Cinema Negro no Brasil : artivismo no audiovisual

Filó – Preservação da memória negra: a experiência do Cultne

Spartakus Alves – o ativismo na internet

 

14h 00 | Mesa VII – Da Dança ao Circo: o corpo em cena

O corpo negro em cena como agente pulsante de movimentações e consciências. Discussão sobre esse corpo enegrecido e político, centro mobilizador na Dança Negra e nas Artes Circenses.

Fábio Batista – Dança, estética e política: o corpo negro em cena

Leop Duarte – A inadequação do corpo negro nas artes do movimento

João Artigos – Onde está o palhaço negro?

 

16 | Mesa VIII – Transversalidades Artísticas

Lançando um olhar macro sobre as artes negras, se discutirá o papel dos agentes determinantes para o sucesso, em suas falas transversas, traçando o caminho da resistência e da permanência das produções e dos profissionais em suas diferentes áreas das artes.

Danielle Anatólio – Performances de mulheres negras

Juliana Alves – Atriz negra e a novela

AD Junior – O Teatro Negro e o seu público

 

17h 30 | Solenidade de Encerramento – Nas encruzilhadas das artes: Encerramento do I Fórum Estadual de Performance Negra