Bate papo com intérprete de libras acontece nesta sexta, no Lab Oi Futuro Flamengo.

Por Assessoria

A dançarina flamenca, coreógrafa e pesquisadora residente do Artsonica Residência Artística, Clara Kutner, realiza hoje, no LAB Oi Futuro Flamengo, no Flamengo, a palestra gratuita “PAPOSONICA – Som uma coreografia para surdos”. O tema central do encontro é a dança e como o experimentalismo sonoro torna acessível a Arte e a Cultura aos portadores de deficiência auditiva. A palestra será com Tato Taborda, compositor, intérprete, professor e curador de eventos artísticos dedicados à experimentação musical e terá tradução simultânea feita por intérpretes de LIBRAS. Com vagas limitadas, as inscrições devem ser feitas enviando nome completo para o e-mail somumacoreografia@gmail.com.

Taborda também é professor do curso de Artes e da Pós-graduação Estudos Contemporâneos das Artes da UFF, falará sobre ‘Experimentalismo Sonoro’, além de sua experiência no desenvolvimento da tese de doutorado em música Biocontraponto: como aprendemos contraponto com os sapos. Autor de obras como Estratos, Prostituta Americana e a ópera A Queda do Céu, estreada em Munique em 2010, desde a década de 90 tem atuado como compositor em parcerias no teatro, dança e cinema.

Outro participante convidado por Clara Kutner é o bailarino surdo Lucas Lima, que auxilia Clara no desenvolvimento da coreografia que será utilizada no vídeo da plataforma vibratória do projeto. Lucas tem 21 anos e mora com a mãe na Taquara, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, e dança desde criança. Ele integrou o grupo de alunos do Centro de Artes da Maré e carrega o objetivo de se tornar o primeiro dançarino surdo do Brasil.

Acessibilidade ainda é um desafio

Apesar de avanços em termos de acessibilidade, surdos ainda enfrentam barreiras. Segundo o IBGE, 9,7 milhões de brasileiros são surdos ou têm deficiência auditiva. A importância de gerar meios para que essa população com necessidades especiais tenha condições de participar ativamente no mercado de trabalho, eventos, cultura e educação é um desafio a ser ultrapassado. Exemplo dessa preocupação com a acessibilidade é o projeto “Som uma coreografia para surdos – Artsonica Residência Artística”, que une dança, música e LIBRAS e é idealizado pela cineasta e bailarina em dança flamenca Clara Kutner.

“Não se trata apenas de cumprir a Lei, mas de garantir a inclusão de pessoas surdas nos processos criativos da cultura. Por isso contratamos os intérpretes. São mecanismos que facilitam aprendizado daqueles que necessitam de tratamento especial. Nossas palestras são gratuitas e também transmitidas ao vivo na internet”, diz Julio Zucca, diretor da Zucca Produções.

“Som uma coreografia para surdos” vai criar estímulos sensoriais de dança em surdos (ou pessoas com algum outro tipo de deficiência auditiva) por meio de ondas sonoras transformadas em vibração que serão emitidas através de uma plataforma de madeira instalada em uma caixa acústica. A tecnologia é pesquisada por Clara em parceria com o artista sonoro Floriano Romano, com o compositor, violinista e arranjador Luciano Câmara, juntamente com o cajonista e Luthier Alejo. Já a música está sendo produzida por Luciano e Alejo, que trabalha nos arranjos de base da dança e construção da plataforma vibratória. O vídeo contara com o trombone de Ciça Salles e a alfaia de Chica Batella. A produção de Ylla Gomes e Mentoria do artista Sonora Floriano Romano.

A obra ficará em exposição interativa gratuita entre agosto e setembro deste ano no Centro Cultural Oi Futuro, no Flamengo, que fica na rua Dois de Dezembro, 107 – 5º andar – Flamengo.