Museu com maior acervo de arte popular do Brasil foi atingido pela inundação e pede providências da Prefeitura para conclusão das obras paradas há 20 meses

O Museu Casa do Pontal, maior acervo de arte popular do Brasil, foi novamente atingido com a terrível inundação que atingiu o Rio de Janeiro nessa tragédia anunciada. Mais de 300 obras foram retiradas das galerias,  que ficaram completamente alagadas. Cerca de outras 4 mil  peças ainda estão com alto risco de serem atingidas.

As inundações começaram depois da construção de um mega condomínio no entorno do Museu, autorizado pela Prefeitura, que colocou o terreno em alto risco de alagamento.

A Prefeitura reconheceu sua responsabilidade, cedeu um terreno na Barra e prometeu recursos para construção de uma nova sede. Mas há 20 meses a obra está parada, faltando 30% para conclusão. O momento é crítico, uma verdadeira emergência, por isso esse acervo, parte fundamental do patrimônio brasileiro, precisa ser salvo.

O Museu

Localizado numa área de 5.000 metros quadrados, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, o Museu Casa do Pontal possui um acervo – resultado de 40 anos de pesquisas e viagens por todo país do designer francês Jacques Van de Beuque – composto por cerca de 8.500 peças de 300 artistas brasileiros, produzidas a partir do século XX. A exposição permanente do Museu reúne, em 1.500 m² de galerias, obras representativas das variadas culturas rurais e urbanas do Brasil. Mostradas tematicamente, abrangem as atividades cotidianas, festivas, imaginárias e religiosas.

Segundo membros do International Council of Museums (ICOM), associado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), “o Museu Casa do Pontal não é apenas um museu completo de Arte Popular Brasileira, pode ser considerado como um verdadeiro museu antropológico, único no país a permitir uma visão abrangente da vida e da cultura do homem brasileiro”.

Em seus 40 anos de atuação, o Museu Casa do Pontal empenhou-se em construir alicerces que permitem que o seu acervo seja socialmente protegido e amplamente usufruído. Foram realizadas mais de 40 exposições parciais do acervo no Brasil e em outros 14 países. Desde 1996, já atendeu mais de 400 mil pessoas através do seu Programa Social e Educacional, que envolve visitas teatralizadas, exposições itinerantes e formação continuada de educadores e gestores de projetos culturais e sociais. Oferece também programas de atendimento direcionados a turistas nacionais e estrangeiros, como monitoramento e visitas musicais em diferentes idiomas.