Grafite, Márcio Chagas e Tinga: de ícones e referências do esporte no país a personagens do racismo escancarado

Por Assessoria de Imprensa

O futebol é a paixão nacional. Como também é um espelho da sociedade, vem, por consequência, carregado de preconceito, discriminação e racismo. Preconceito esse, muito lembrado pelas manifestações públicas discriminatórias, mas ignorado nas estruturas sociais com a ausência de profissionais negros em determinadas funções de comando. E é justamente essa relação que é o cerne do livro “O Racismo no Futebol Brasileiro”, de Igor Serrano, editado pelo Selo Drible de Letra da Editora Multifoco, lançado em dezembro último no Rio.

O livro, que conta com prefácio assinado pelo diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, é uma aula de história do futebol. O autor conduz a narrativa levando o leitor ao nascimento do esporte na Inglaterra pelas classes trabalhadoras; passando pela introdução no Brasil pelas classes mais abastadas; fazendo ainda um apanhado interessante sobre a questão racial no Brasil historicamente e sua previsão legal; culminando em estudos de casos que foram estampados nas manchetes; fazendo uma profunda análise sobre os aspectos históricos, políticos e sociais da discriminação racial no futebol do Brasil e como os tribunais desportivos estão tratando o assunto. Tudo isso em linguagem e narrativa cronológica que atraem o leitor do início ao fim.

Visando transmitir da melhor forma possível os desdobramentos do racismo no futebol do Brasil, Igor conversou com: Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol; Paulão, zagueiro e vítima de racismo por duas vezes; Higor Bellini, diretor jurídico do Palmeiras; Marcelo Jucá, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Rio de Janeiro; e Paulo Schmitt, ex-procurador geral do STJD do Futebol, com todas as entrevistas integralmente disponibilizadas na obra.

O racismo não é um problema de quem sofre, mas de toda a sociedade brasileira, sem exceções. O meio do futebol deve tratar o tema da forma adequada e não com ações pontuais de ‘somos todos iguais’ por ocasião do dia 20/11. Trazer o debate para os dias atuais, com uma análise concatenada dos diversos fatores que explicam a discriminação racial no futebol, é o intuito desta obra”. O livro promove a reflexão, nos levando a questionamentos como o do porquê de apenas dois técnicos negros terem dirigido a Seleção Brasileira adulta masculina em mais de cem anos de existência? Os casos de discriminação racial durante partidas de futebol se proliferam, enquanto o número de dirigentes, técnicos e presidentes negros nos clubes brasileiros são escassos. Fica, então, a pergunta: se há discriminação racial com os ídolos do esporte, considerado paixão nacional, como é a sociedade em que este “mundo do futebol” espelha e está inserido?

Sobre o autor

Igor Serrano é advogado, pós-graduado em Processo Civil pela Universidade Federal Fluminense e em Direito Desportivo pela Universidade Cândido Mendes. Foi estagiário do Supremo Tribunal Federal e residente jurídico da Procuradoria Geral do Município do Rio de Janeiro. Apaixonado por futebol, em 2016, criou o Selo Drible de Letra, pela Editora Multifoco, que busca publicações sobre o esporte que fujam do lugar comum. Igor é autor de outras duas obras sobre o seu time do coração, o Vasco da Gama (“Copa do Brasil 2011 – Norte e Sul deste país!” e “A turma é boa, é mesmo da fuzarca!”) e editor de todas as publicações do Drible de Letra.

Sobre a editora

A Multifoco é uma editora com projeto diferenciado que prioriza um modelo de publicação flexível e sustentável. Com isso, viabiliza de forma única no mercado, desde projetos pequenos (como autores iniciantes ou livros para públicos segmentados) até projetos que demandem maior estrutura de atendimento, divulgação e distribuição, atendendo tanto autores iniciantes quanto experientes no mercado editorial.