Além da exibição de 17 filmes, serão realizadas duas masterclasses e dois debates com entrada franca.
Por Assessoria de Imprensa
A Caixa Cultural Rio de Janeiro recebe, de 11 a 23 de dezembro de 2018 (terça-feira a domingo), a mostra “O Cinema argentino conta suas histórias mínimas”, que exibirá 17 filmes em formato digital da nova leva do premiado cinema produzido na Argentina. O projeto tem curadoria de Thiago Ortman e produção da Lúdica Produções, com patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.
A mostra retrata o cinema argentino contemporâneo – histórias em pequenos relatos que apresentam personagens ordinários em seus afazeres, e situações que acabam por romper suas rotinas. Neste recorte está o momento denominado Nuevo Cine Argentino se inicia nos anos 90, com um boom de cursos de cinema no país – se consolidando com uma geração surgida nos anos 2000. Serão filmes da safra de 1998 a 2017, que carregam as assinaturas de realizadores como Lucrecia Martel, Pablo Trapero, Ana Poliak, Martin Rejtman, Raúl Perrone, Carlos Sorín, Mariano Llinás, entre outros.
Entre a década de 90 e meados dos anos 2000, quando a Argentina atravessava uma grande crise, a imprensa internacional clamava: Parece que a saúde do cinema argentino é inversamente proporcional à sua situação econômica. “Naquele momento, uma geração de cineastas surge com um interesse direcionado a filmar os conflitos pessoais, as pequenas histórias de geografia íntima, das quais se poderia fazer latente o sentimento do impacto daquela crise nacional”, explica Thiago Ortman.
As obras presentes na programação, em sua grande maioria, foram produzidas a partir de um modelo cooperativo, por estudantes de audiovisual que contribuíram para a revitalização do cinema argentino – dando-lhe voz em um momento desastroso, de um retrocesso econômico, social e democrático sem precedentes na história política do país. Desta fase destacam-se os imperdíveis filmes “O pântano” (2001), de Lucrecia Martel, “Mundo grua” (1999), de Pablo Trapero, “Pizza, cerveja e baseado” (1998), de Bruno Stagnaro, Adrián Caetano, e “Rapado” (1992), de Martín Rejtman”. Fechando a programação, um dos mais emblemáticos filmes do atual cinema argentino: “História Extraordinárias” (2008), de Mariano Llinás, tem 4 horas de duração, sendo uma sessão importante e diferenciada.
A mostra pretende apresentar ao público carioca obras de extrema relevância para se compreender o cinema de um país latino-americano que alcança grandes prêmios em festivais, sendo inúmeras vezes indicado ao Oscar de filme estrangeiro, e detém um constante sucesso perante a crítica mundial.
Atividades Extras
Como parte da programação, serão realizados dois debates e duas masterclass. Ambos com entrada gratuita.
Debates
– No dia 19 de dezembro, às 17h, acontece o primeiro debate como tema “Começa de novo: as múltiplas narrativas do cinema argentino”. A mesa irá abordar as particularidades narrativas do cinema argentino a partir dos anos 90, na perspectiva de uma geração que transformou os modelos da produção cinematográfica daquele país: da escrita do roteiro às escolhas de direção. Participarão da mesa Lucas Paraizo, roteirista de cinema e TV, formado em jornalismo pela PUC-Rio e em roteiro pela EICTV (Escuela Internacional de Cine y Televisión, San Antonio de los Baños, Cuba), Pós-graduado em roteiro pela ESCAC (Escola Superior de Cinema i Audiovisuals da Catalunya) e Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Autônoma de Barcelona, e Mariana Dias, jornalista e mestranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (PPGCine/UFF). Atualmente tem se dedicado à pesquisa em torno da relação entre afeto e política de classes no cinema argentino contemporâneo.
– O segundo debate, no dia 22 de dezembro, às 19h, vem com o tema “Disputas políticas em perspectiva: do Nuevo Cine Argentino e sua contemporaneidade”. A discussão se dará pelos contextos políticos e socioculturais da Argentina, partindo das políticas neoliberais dos anos 90 até a crise econômica de 2001. Os debatedores terão como foco estabelecer conexões entre a produção cinematográfica argentina dos últimos 30 anos, concluindo com ponderações sobre o momento atual do país. Os convidados serão Maria Celina Ibazeta, professora do Departamento de Letras da PUC-Rio, com doutorado em Literatura Hispánica – Stony Brook (2006), e Tamires Alves, doutora em Ciência Política pela UFF (2018) tendo realizado o período sandwich como Pesquisadora Visitante na Universidad de Buenos Aires (2017), e atualmente é Editora da Revista Estudos Políticos e Revista Breviário de Filosofia Pública
Masterclasses
O assunto que norteará as duas aulas será “Argentina e Cinema: uma contemporaneidade obtusa”.
Dia 12 de dezembro, às 17h
Com Flávio Kactuz – Historiador, Professor, Diretor de Teatro e Cinema. Doutorando em Estudos Fílmicos/Estudos Artísticos (Universidade de Coimbra, em curso). Mestre em Cinema/Comunicação Social (PUC-Rio); Graduado em História (PUC-Rio). Professor do Curso de Cinema da Graduação em Comunicação Social da PUC-Rio, responsável pela disciplina sobre cinema latino americano contemporâneo.
Dia 14 de dezembro, às 17h30
Com Hernani Heffner – Pesquisador e coordenador-chefe de restauração na cinemateca do MAM-RJ. Tem experiência na área de Cinema, com ênfase em História do Cinema. Mundial e brasileiro.
Outras informações sobre a mostra, fotos e sinopses dos filmes exibidos, podem ser acessadas no endereço: http://www.mostrahistoriasminimas.com.br
Sobre o curador
Thiago Ortman é graduado em Comunicação Social pela PUC-Rio (2013), com especialização em cinema. É mestrando em Letras pelo programa Literatura, Cultura e Contemporaneidade na PUC-Rio (2018). Foi organizador do CinePUC (cineclube da universidade) durante 4 anos, onde teve a oportunidade de programar ciclos de cineastas como Werner Herzog, João César Monteiro, Apichatpong Weerasethakul e Eduardo Coutinho. Coordenou o CineAtivos em 2011 – projeto de oficinas e cineclubes para crianças na favela do Parque da Cidade. Estagiou no Imagens em Movimento, programa parceiro ao Le Cinéma, 100 ans de jeunesse (La Cinémathèque française), programa que oferece oficinas de cinema para estudantes de escolas públicas. Curador das mostras de cinema “O samba pede passagem” (2015), e “Corpo da terra – imagens dos povos indígenas no cinema brasileiro” (2017), realizadas no Centro Cultural da CAIXA – RJ.
Sobre a Lúdica Produções
Presente no mercado audiovisual carioca há 10 anos, a Lúdica Produções Audiovisuais tem como principal objetivo a realização de projetos que reflitam os interesses e ideais de seus realizadores: suas leituras de realidade aliadas às suas vontades de expressão e criação. Com vasta experiência na produção de mostras de cinema, exposições de arte e eventos culturais em espaços como CAIXA Cultural, CCBB e Oi Futuro, a produtora já realizou vídeos para clientes como Rede Globo, Petrobras, Coca-Cola e Sony Music.PROGRAMAÇÃO
Programação:
11 de dezembro (terça-feira)
15h30 – Ana e os outros (2006), de Celina Murga, Argentina, 80 min, digital, 12 anos
17h30 – Viva os Crotos! (1995), de Ana Poliak, Argentina, Espanha, Reino Unido, Cuba, 75 min, digital, 14 anos
19h – Mundo grua (1999), de Pablo Trapero, Argentina, 89 min, digital, Livre
12 de dezembro (quarta-feira)
15h15 – Picado fino (1999), de Esteban Sapir, Argentina, 77 min, digital, 14 anos
17h – Masterclass Argentina e cinema: uma contemporaneidade obtusa, com a presença do historiador e diretor de cinema e teatro Flávio Kactuz
19h – Histórias mínimas (2002), de Carlos Sorín, Argentina, Espanha, 87 min, digital, Livre
13 de dezembro (quinta-feira)
16h – La salada (2014), de Juan Martín Hsu, Argentina, 91 min, digital, 14 anos
17h45 – Lábios de churrasco (1994), de Raúl Perrone, Argentina, 62 min, digital, 14 anos
19h – Pizza, cerveja e baseado (1998), de Bruno Stagnaro e Adrián Caetano, 78 min, digital, 16 anos
14 de dezembro (sexta-feira)
16h – Bolívia (2001), de Adrián Caetano, Argentina, Holanda, 72 min, digital, 14 anos
17h30 – Masterclass Argentina e cinema: uma contemporaneidade obtusa, com a presença do pesquisador e coordenador-chefe de restauração na cinemateca do MAM-RJ Hernani Heffner
19h30 – Rapado (1992), de Martín Rejtman, Argentina, Holanda, 75 min, digital, 12 anos
15 de dezembro (sábado)
16h – Sábado (2001), de Juan Villegas, Argentina, 72 min, digital, 14 anos
17h30 – Picado fino (1999), de Esteban Sapir, Argentina, 77 min, digital, 14 anos
19h15 – O pântano (2001), de Lucrécia Martel, Argentina, França, Espanha, Japão, 103 min, digital, 14 anos
16 de dezembro (domingo)
15h30 – Uma noiva errante (2007), de Ana Katz, Argentina, 85 min, digital, 12 anos
17h30 – Histórias mínimas (2002), de Carlos Sorín, Argentina, Espanha, 87 min, digital, Livre
19 – Las acacias (2011), de Pablo Giorgelli, Argentina, Espanha, 96 min, digital, 12 anos
18 de dezembro (terça-feira)
15h15 – Lábios de churrasco (1994), de Raúl Perrone, Argentina, 62 min, digital, 14 anos
16h30 – Apenas para fumantes (2001), de Verónica Chen, Argentina, 91 min, digital, 16 anos
19h – La salada (2014), de Juan Martín Hsu, Argentina, 91 min, digital, 14 anos
19 de dezembro (quarta-feira)
15h30 – Uma noiva errante (2007), de Ana Katz, Argentina, 85 min, digital, 12 anos
17h – O pântano (2001), de Lucrécia Martel, Argentina, França, Espanha, Japão, 103 min, digital, 14 anos
19h – Debate Começa de novo: as múltiplas narrativas do cinema argentino, com a presença do roteirista Lucas Paraizo
20 de dezembro (quinta-feira)
15h – Sábado (2001), de Juan Villegas, Argentina, 72 min, digital, 14 anos
17h30 – Mundo grua (1999), de Pablo Trapero, Argentina, 89 min, digital, Livre
19h30 – Bolívia (2001), de Adrián Caetano, Argentina, Holanda, 72 min, digital, 14 anos
21 de dezembro (sexta-feira)
15h – Apenas para fumantes (2001), de Verónica Chen, Argentina, 91 min, digital, 16 anos
17h30 – Ana e os outros (2006), de Celina Murga, Argentina, 80 min, digital, 12 anos
19h – Alanis (2017), de Anahí Berneri, Argentina, 82 min, digital, 16 anos
22 de dezembro (sábado)
15h30 – Viva os Crotos! (1995), de Ana Poliak, Argentina, Espanha, Reino Unido, Cuba, 75 min, digital, 14 anos
17h – Pizza, cerveja e baseado (1998), de Bruno Stagnaro e Adrián Caetano, 78 min, digital, 16 anos
19h – Debate Disputas políticas em perspectiva: do Nuevo Cine Argentino e sua contemporaneidade, com a professora do Departamento de Letras da PUC-Rio Maria Celina Ibazeta e a Doutora em Ciências Políticas Tamiris Alves
23 de dezembro (domingo)
14h30 – Rapado (1992), de Martín Rejtman, Argentina, Holanda, 75 min, digital, 12 anos
16h – Histórias extraordinárias (2008), de Mariano Llinás, Argentina, 253 min, digital, 14 anos