Baixista camaronês é reverenciado pela crítica internacional e aclamado pelo público europeu.
O cantor, compositor e exímio baixista Richard Bona está no Rio para uma série de quatro concertos no Blue Note, onde apresenta clássicos de seu repertório e canções dos dois últimos e celebrados álbuns, “Bonafied (2013) e “Heritage” (2016). Nesta temporada carioca, o artista vai mostrar arranjos em que mistura ingredientes do jazz a elementos do pop, do funk, afrobeat e da Bossa Nova. Ele será acompanhado por Dennis Hernandez (trompete), Michael Lecoq (teclados). Archibald Ligonière (bateria) e Ciro Manna (guitarra).
Reverenciado pela crítica internacional e incensado pelo público europeu, o artista nascido no interior de Camarões, em 1967, e fortemente influenciado por Jaco Pastorius nos primeiros anos, foi indicado ao Grammy em 2007 pelo álbum “Tiki”, que, entre outros méritos, teve a participação especial do cantor John Legend.
Bona já havia recebido o Victoires du Jazz, na categoria de “melhor artista internacional”, em 2004. Nos anos seguintes, ganharia ainda o Prêmio Antônio Carlos Jobim no Festival International de Jazz de Montreal (2010) e o prestigiado Sacem Jazz Award (2012).
De Camarões para a França, não demorou muito. Sentindo a necessidade de ampliar seus horizontes e levar a sua música para o mundo, embarcou para a Europa. Foi viver em Paris, onde teve a oportunidade de se apresentar com Manu Dibango, Salif Keita e Didier Lockwood, entre outros grandes mestres.
Em 1999, Bona lançou o primeiro álbum, “Scenes from my life”, angariando elogios dos críticos. Acabou se mudando para Nova York, onde passou também a trabalhar como professor universitário, e a tocar ao lado de nomes coroados da música americana, como Chick Corea, Bobby McFerrin, George Benson, Quincy Jones e Branford Marsalis, porém sempre com a pegada africana em suas composições e interpretações.
Alguns anos depois, Bona foi convidado a integrar a banda do consagrado guitarrista Pat Metheny, gravando e participando de uma turnê de grande sucesso, “Speaking of now”, como cantor e instrumentista da banda, o que deu ao artista camaronês muita visibilidade no cenário internacional e lhe abriu muitas portas.
Trabalhando ininterruptamente, o artista foi ainda mais longe do que previa inicialmente. Além da agenda de shows pelo mundo, tornou-se transformou em empresário, à frente de dois clubs de jazz, em Paris e em Nova York. (Do Jornal do Brasil, foto Divulgação)