A interprete traz ao Rio o show de lançamento do EP “Rabisco”, hoje no NET Rio
“Quando eu canto, que se cuide quem não for meu irmão
O meu canto, punhalada, não conhece o perdão
Quando eu rio…”
Nas palavras de Chico Buarque são entregues as premissas básicas para quem quiser entender Laila Garin e seu projeto musical com o trio de músicos A Roda, composto por Ricco Viana (guitarra e violão), Rick de La Torre (bateria) e Marcelo Muller (baixo), que iniciam o processo de divulgação do show “Rabisco” no Theatro NET Rio em Copacabana hoje (16). O show tem direção de Ney Matogrosso, ícone da música brasileira que já dirigiu outros espetáculos, entre eles o show “Volta” de Ana Cañas. A marca do artista é expressa em sua direção por meio da sensualidade e força costumeira que passa para suas obras. Com Rabisco não é diferente, as palavras de Chico ecoam no processo criativo e as músicas escolhidas para compor o EP.
O show “Rabisco” é um momento intimista da cantora. Depois de vários shows pelo país, com estreia no Beco Das Garrafas no Rio, o repertório foi-se fechando aos poucos, pois a cada show eram trazidas novas canções até as músicas assentarem e os músicos decidirem quais canções entrariam no EP. Pode-se esperar muito das interpretações de Laila, uma das maiores de sua geração, conseguindo transitar entre a interpretação e o canto de forma contundente, única, disponde de força e sensualidade dos grandes artistas.
Laila Garin e A Roda trazem para o público canções de Caetano Veloso, Dani Black, Alceu Valença, Roberto e Erasmo e Chico Buarque, entre outros. É um projeto de intérprete, ao mesmo tempo muito autoral. “Gosto de reforçar que esse não é um trabalho solo de uma cantora, mas sim de uma banda, coletivo em todos os sentidos”, pontua a cantora em depoimento.
“Baioque” de Chico Buarque é o primeiro single do projeto, que vem seguido de “Não me arrependo” (Caetano Veloso), “As curvas da estrada de Santos” (Roberto e Erasmo), “Sonhos Pintados de azul” (Dani Black), “Na primeira manhã” (Alceu Valença) e “Flor da ilusão” (Renato Luciano), entre outras.
Laila Garin e A Roda em três perguntas
1. Estrear o show Rabisco, com direção de Ney Matogrosso. Como está sendo e como foi esse encontro?
Conheci Ney fazendo Criança Esperança no final de 2014, quando Dennis Carvalho dirigiu. Convidei ele pra assistir Elis e ele ficou pensado… Disse que ficou com desejo de saber o que essa cantora cantaria por trás de Elis. Ele foi em alguns shows no Beco das Garrafas, e fomos estabelecendo um diálogo, discutimos repertório. Ele se apaixonou pela banda A Roda e acabou entrando no projeto. Ele me ensina muito a ser livre.
2. A atriz, a cantora e A Roda, porque?
A gente decidiu que a nossa banda se chamaria Laila Garin e A Roda, pois a gente se inspirou em Chico Science e Nação Zumbi, Pedro Luís e A Parede, Bob Marley e The Wailers.
3. O que vocês querem comunicar artisticamente por meio desse projeto?
Quando a gente vai criar nossos arranjos, e o que inspirou a gente a ter esse desejo de fazer esse show, esse disco, e formar essa banda, foi o desejo de ter uma sonoridade diferente. Que arrepie e que toque as pessoas. Mesmo fazendo a releitura de uma música já conhecida a gente quer que aquilo entre como a primeira vez em quem ouve.
Baiana à francesa
Reconhecida como atriz, Laila tem uma trajetória que passa pelo teatro de pesquisa, atravessando o teatro musical. Ao interpretar Elis Regina no musical “Elis” ela alcançou o reconhecimento de seu trabalho. Filha de mãe baiana e pai francês, ela afirma cantar desde pequena e agora com o show podemos vê-la despida de personagem, como intérprete de sua própria voz. Em 2009 ao fazer parte do elenco do musical de João Falcão dedicado à música brasileira, intitulado “Eu te Amo Mesmo Assim”. Daí surgiu o encontro com Ricco Viana e Rick de La Torre, ambos comungam da mesma percepção – música a serviço da dramaturgia. Coisa que difere acaba diferindo interpretes de cantores.
Essa mistura de culturas trouxe à Laila o domínio do francês e a mistura que fez dela uma interprete única, de forma forte e canto emocionado, como as grandes interpretes francesas. Ela dá a cor a cada sílaba, cada palavra, como algo único.
Local: Theatro NET Rio | Copacabana/Rio de Janeiro
Data: 16 de agosto, 21h
Ingressos: de R$50 A R$100 à venda no Ingresso.com ou na bilheteria do teatro
Classificação: 12 anos
Imagens: Divulgação