Feira retorna obedecendo normas de proteção
Por: Jairo Sanguiné / R3S
A mais tradicional feira popular cultura e turismo do Rio, a Feira do Lavradio, volta a neste sábado, 31. A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação (SMDEI), criou uma estratégia para a volta da Feira do Lavradio, neste fim de semana. O evento, tradicional na cidade e que atrai milhares de cariocas e turistas, é uma iniciativa do Polo Novo Rio Antigo, que faz parte do programa Polos do Rio, da SMDEI, política pública municipal para o desenvolvimento dos bairros.
Numa reunião entre o subsecretário de Desenvolvimento, Edu Nascimento, o coordenador de feiras, Rogério Bastos, e Plínio Fróes, diretor da Associação Polo Novo Rio Antigo, ficou acordado que o total de expositores da feira mensal será dividido entre os sábados do mês.
Além disso, os expositores terão que respeitar, rigorosamente, as Regras de Ouro da Prefeitura, de prevenção ao coronavírus, como o distanciamento entre as barracas, o uso de máscaras pelos expositores e a oferta de álcool em gel em todas as barracas.
Conheça a história da primeira rua do Rio
A rua do Lavradio foi aberta nos idos de 1770, considerada a primeira rua residencial3 do Rio de Janeiro. Ali, desfilaram grandes personalidades da nossa história, como Machado de Assis, Carmem Mirand, Duque de Caxias, Madame Satã e o escritor João do Rio, que desvendou a alma encantadora das ruas do Rio.
O nome Lavradio é em homenagem ao Marquês de Lavradio, D. António de Almeida Soares Portugal, que mandou construir a sua residência nessa rua, na década de 60 do século XVIII. Nela foram promovidas muitas festas e reuniões sociais como forma de compensar as poucas opções de lazer da capital da colônia. A construção abriga hoje a Sociedade Brasileira de Belas Artes.
Oscilando entre opulência e decadência, a charmosa rua chegou a abrigar seis teatros no século XIX. Com a reforma urbana do prefeito Pereira Passos, no início do século XX, a maioria as casas foi derrubada, transformando sobrados em cortiços. Parte do casario antigo resistiu e permanece de pé, o que nos permite ter uma ideia do clima da época.
Durante o império, era um dos locais mais visitados do Brasil, devido aos teatros, cafés e as casas ricas onde aconteciam grandes festas e reuniões da alta sociedade brasileira da época.
No entanto, em meados do século XIX veio a decadência, com fechamento dos teatros e cafés dando lugar a um ambiente de verdadeira degradação urbana. Tudo mudou novamente a partir de 1996, quando os comerciantes da região criaram a hoje famosa Feira do Rio Antigo, realizada no primeiro sábado de cada mês com comércio de antiguidades, artesanatos, roupas, objetos de decoração e outras coisas inacreditáveis que a gente só encontra lá mesmo.
A Feira fez renascer a rua, e o poder público voltou a investir na revitalização da área, com iluminação e segurança, transformando-se numa das principais atrações turísticas da cidade. A caminhada entre a rua Mem de Sá e a Visconde Rio Branco (ao lado da Praça Tiradentes) é cheia de surpresas, com shows de jazz e chorinho, mini-teatro, artistas de rua e muita comida boa. E tudo isso num cenário que nos remete direto para o Brasil da época do Império, cheio de casarões centenários.