Coletivo Arame Farpado Se debruça sobre um dos temas que mais impactam as grandes cidades e que contribuem  para as desigualdades urbanas: O transporte público.

Por Assessoria/R3S

Coletivo vencedor do 8º Prêmio Questão de Crítica traz aos palcos do Sesc Copacabana, a partir do dia 05 de março, uma reflexão artística sobre a mobilidade urbana da cidade que já foi classificada com o pior sistema de transporte do mundo,  o Rio de Janeiro.

O transporte público é uma zona nevrálgica para o Rio, que já foi classificado como o pior sistema de transporte entre uma amostra de 74 cidades do mundo. A cidade vivenciou os efeitos das manifestações de 2013, após o aumento de R$ 0,20 na tarifa; testemunhou a cpi dos ônibus, em 2018, e viu o principal empresário do setor ser condenado pela operação lava – jato, em 2019.

O Clássico Êxodo é a nova criação do Coletivo Arame Farpado que se debruçará sobre um dos temas que mais impactam as grandes cidades e que contribuem fortemente para as desigualdades urbanas: O transporte público. O projeto destinado a todos os cidadãos – moradores do Rio de Janeiro ou não – interessados em refletir sobre a cidade a partir do humor, da crítica e do deboche, acontecerá na sala Multiuso do Sesc Copacabana, de 05 a 29 de março, de quinta a domingo, sempre às 18h.

Para a maioria da população, o lazer, o acesso à cultura, ou até mesmo ir ao trabalho se torna um caos com extensos engarrafamentos, defeito ou a falta de ar condicionado e constantes atrasos na rede. Ao se debruçar sobre o transporte da cidade,  sua geografia espacial, seus fluxos e contra-fluxos e seu contexto político, poderemos pensar a cidade como sendo mais do que um espaço geográfico mas como cidade linguagem e uma cidade dramatúrgica. Fala-se, portanto, do direito à cidade, questionando: Qual é a população que é a mais afetada com tudo isso?

Ao refletir sobre a mobilidade na cidade e lançar mão de suportes audiovisuais e cênicos, o novo projeto se apresenta como um exemplo de produção artística inovadora, fomentando a convergência entre arte, cidade e tecnologia. O caos urbano é a força motriz dessa pesquisa, que produzirá uma performance urbana, um espetáculo teatral e um documentário.

E, em cada apresentação, um dos atores estará atrasado em tempo real e o resto do elenco, estará na plateia tentando concluir a peça “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, e investigando a vida do ator pelas redes sociais projetadas no teatro. Já o artista, durante o trajeto para chegar , fará uma intervenção urbana pesquisando a relação entre ficção e realidade, CPI dos ônibus e a relação com os transportes públicos. Trajeto esse que será documentado pelo Coletivo de audiovisual Cafuné na Laje e disponibilizado aos celulares do público do teatro nas redes sociais do dos coletivos.

Essa tríade pretende não só interagir mas dar visibilidade para essa face esquecida por muitos, propor novas formas de olhar para a mesma, repensar seus códigos e suas cartografias, tendo como ponto de partida as casas de origem dos integrantes do Arame Farpado: Realengo, São Gonçalo, Complexo da Maré e Jardim Palmares.

 

Coletivo Arame Farpado

O Coletivo Arame Farpado nasceu em 2017 , na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, com espetáculo de mesmo nome, ganhador do 8º Prêmio Questão de Crítica. Refletir a cidade enquanto cultura, linguagem e estética a partir da ótica periférica é um dos seus objetivos principais

Coletivo Cafuné na Laje

É um movimento independente de arte-educação atuante no Rio de Janeiro, no Jacarezinho, uma das maiores favelas da cidade. Formado por facilitadores que buscam otimizar o processo de aprendizado e utilizam o cinema e a fotografia como principais linguagens, com a finalidade de gerar reflexão crítica e estimular a preservação da memória atribuindo arte e tecnologia a esse processo orgânico de troca de indivíduos. Tendo produzido diversos curta-metragem, entre eles o curta “Favela que me viu crescer” (disponível no youtube)

 

Serviços:

O Clássico Êxodo

De 05 e 29 de março de 2020

De quinta a domingo, às 18h

Multiuso do Sesc Copacabana

Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro – RJ

 Ingressos: R$ 7,50 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira) Informações: (21) 2547-0156

Bilheteria – Horário de funcionamento:

Terça a Sexta – de 9h às 20h;

Sábados, domingos e feriados – das 12h às 20h.

Classificação indicativa: 16 anos

 

Duração: 70 minutos

Lotação: 40 lugares