Maratona de filmes franceses vai até 19 de junho, com 16 longas-metragens recentes, um clássico e um filme de ação com uma sessão aberta ao público apenas no Rio de Janeiro.
A décima edição do maior festival de filmes franceses fora da França, o Festival Varilux de Cinema, começa quinta-feira em 78 cidades no país, com exibição de 16 filmes recentes, um clássico e um filme de ação com sessão aberto ao público carioca. No ano em que completa dez anos, o Varilux irá ultrapassar a marca de um milhão de espectadores.
Dentro da programação, o Rio recebe, nos dia 6, 7 e 8 de junho, delegação artística formada por atores e diretores. Além da exibição dos longas-metragens, o
festival realiza também atividades paralelas como sessões com debates com participação de integrantes da delegação, ações e sessões educativas e o 3º Laboratório Franco-Brasileiro de Roteiros sob a coordenação de François Sauvagnargues, especialista de ficção e diretor geral do FIPA (Festival Internacional de Programação Audiovisual).
FILMES EM DESTAQUE
Comédia, animação, drama, ação e filmes históricos são algumas opções desta edição. O público terá a oportunidade de assistir aos mais novos trabalhos de cineastas, astros e estrelas consagradas e também de premiados jovens talentos que imprimem diversidade e originalidade ao cinema francês.
Quem você pensa que sou (Celle que vous croyez/California Filmes), de Safy Nebbou – A premiada Juliette Binoche interpreta a personagem principal de “Quem Você Pensa que Sou” ao lado de François Civil
Amor à segunda vista (Mon Inconnue/Bonfilm).– Também com François Civil e Joséphine Japy, ambos prestigiarão o Festival, estão na comédia romântica “Amor à segunda vista”.
Finalmente Livres (En Liberté/California Filmes) – Pio Marmai e Damien Bonnard dividem a cena con Adèle Haenel.
Através do Fogo (Sauver ou périr/California Filmes) – Pierre Niney, conhecido pelo público brasileiro por sua atuação em “Yves Saint Laurent”, “Frantz” e “Promessa ao Amanhecer”, está nesta produção
O Mistério de Henri Pick (Le mystère de Henri Pick/A2Filmes) – A produção conta com a prestigiada Camille Cottin ao lado do consagrado Fabrice Luchini.
Graças a Deus (Grâce à Dieu/California Filmes) – O cinema francês faz questão de abordar questões sociais. Dois filmes encenam o tema escaldante do abuso sexual este ano. O premiado, Graças a Deus, de François Ozon, retrata a história real do padre acusado de molestar dezenas de meninos entre os anos 1980 e 1990. A produção foi vencedora do Urso de Prata no Festival de Berlim esse ano – prêmio do júri. O premiado ator Swann Arlaud, vencedor do César de Melhor Interpretação Masculina em 2018, interpreta um dos três personagens principais desse filme e estará presente no Festival.
Inocência Roubada (Les Chatouilles/A2 Filmes) – Também vencedor de vários prêmios, de Andrea Bescond e Eric Metayer, o longa é baseado na história real vivida pela diretora e mostra a dança como um importante meio de superar traumas sofridos a partir de abusos sexuais na infância. O longa integrou a seleção do Festival de Cannes em 2018 na mostra “Un Certain Regard” e garantiu dois prêmios César em 2019 nas categorias Melhor Adaptação e Melhor Atriz Coadjuvante (atriz Karin Viard).
A Revolução em Paris (Un peuple et son roi/Bonfilm) – A história da luta dos franceses por seus direitos também será uma das temáticas apresentadas pelo festival. Em julho deste ano comemoram-se 230 anos da Tomada da Bastilha e o longa de Pierre Schoeller revisita parte desta história. Na ocasião, o povo francês uniu-se contra a monarquia de Luís XVI exigindo uma transformação na sociedade. Sob os ideais de “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, o movimento derrubou o Antigo Regime.
Cyrano Mon Amour (Edmond/A2Filmes), Outro aniversário é o de 30 anos do clássico “Cyrano de Bergerac” de Jean-Paul Rappeneau, com o consagrado Gérard Depardieu, baseado na comédia heroica de Edmond Rostand, cuja criação em 1897 é objeto de outro filme da seleção, a cinebiografia de Alexis Michalik, que virá ao festival. Esse filme mostra o processo criativo do dramaturgo francês ao escrever a aclamada peça “Cyrano de Bergerac”, sua obra de sucesso traduzida em mais de 40 línguas e tendo seu personagem considerado arquétipo humano como Hamlet e Don Quixote.
Asterix e o Segredo da Poção Mágica (Astérix – Le Secret de La Potion Magique/Bonfilm) – Rebelde e tipicamente francês, um dos personagens mais icônicos do país, marca presença no festival: o invencível Asterix. Na programação, o mais novo filme de Louis Clichy e Alexandre Astier, cuja trama conta a aventura da dupla Asterix e Obelix na busca de um novo guardião para a poção mágica da Gália e na tentativa de impedir que a receita caia nas mãos erradas.
SESSÃO ESPECIAL NO RIO DE JANEIRO
Estrelado por Omar Sy, protagonista do sucesso “Intocáveis” – longa exibido no Festival Varilux em 2015 – e por François Civil, o thriller de ação “O Chamado do Lobo”, de Antonin Baudry, terá sessão ao ar livre no Rio de Janeiro. A superprodução poderá ser vista no dia 9, domingo, às 19h30m, no Espaço Cultural da Marinha, no Centro do Rio. No local serão instalados um telão e cadeiras confortáveis. As senhas devem ser retiradas no local uma hora antes. Na história, o marinheiro Chateraide (François Civil) desempenha a função de “Ouvido de Ouro”, responsável por interpretar cada ruído captado pelo sonar da embarcação. Com fama de infalível, ele, porém, comete um erro que põe a tripulação em perigo. Ele quer recuperar a confiança dos superiores, mas sua busca os leva a uma engrenagem incontrolável da dissuasão nuclear, num contexto de tensões internacionais e de manipulação da informação. No elenco estão ainda Omar Sy, como o vice-comandante D’Orsi, Mathieu Kassovitz (Alfost), Reda Kateb (Grandchamp) e Paula Beer (Diane). “O Chamado do Lobo” já foi assistido por mais de um milhão de pessoas na França.
O CLÁSSICO
Cyrano de Bergerac, de Jean-Paul Rappeneau é um clássico e um marco da cinematografia francesa. . Inspirado na famosa peça de Edmond Rostand, a versão apresentada tem Gérard Depardieu como protagonista e completa 30 anos de lançamento. O filme, de 1990, já foi visto por cerca de 4,8 milhões de espectadores na França e por 1,7 milhão no estrangeiro. No Festival Varilux serão exibidas cópias em 2K. “Cyrano de Bergerac” acumulou diversos prêmios pelos festivais onde passou. Ganhou o Oscar de Melhor Figurino, em 1991, além das indicações para Melhor Ator (Depardieu), Melhor Filme Estrangeiro, Direção de Arte e Maquiagem. Em Cannes, o protagonista levou o troféu de Melhor Ator em 1990. No Globo de Ouro, em 1991, a produção venceu na categoria Melhor Filme Estrangeiro. E recebeu dez estatuetas do César, prêmio mais importante francês, entre elas as de Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Diretor.
A DELEGAÇÃO FRANCESA
A delegação francesa formada por nove pessoas, entre atores e diretores, desembarca no Brasil no 5 de junho. Além dos eventos de abertura (dia 5, em São Paulo, e 6 de junho, no Rio Janeiro), apresentam seus filmes em sessões com debate com o público.
Para apresentar o filme “Amor À Segunda Vista” (Mon Inconnue/Bonfilm), de Hugo Gélin, estarão no país a atriz Joséphine Japy e o ator François Civil. Na trama, um bem-sucedido autor de best-sellers se vê preso num universo paralelo totalmente diferente do seu. Do dia para noite ele se transforma em um humilde professor de francês e sua então mulher uma completa desconhecida. Fora da zona de conforto, ele precisará lidar com as mudanças de seu novo cotidiano e reconquistar a amada. A produção foi assistida por cerca de 340 mil espectadores na França e François Civil recebeu o Prêmio de Interpretação Masculina no Festival Internacional do Filme de Comédia de L’Alpe d’Huez em 2019.
Civil participa de outros dois filmes da seleção. “Quem Você Pensa que Sou?” (Celle que vous croyez/Califórnia Filmes), de Safy Nebbou, traz no elenco a premiada Juliette Binoche. A obra retrata o caso de “catfishing” de uma mulher que, para espionar seu marido, cria um perfil falso nas redes sociais forjando ser muito mais nova do que realmente é. Em “O Chamado do Lobo”(Le Chant du Loup/Bonfilm), ele interpreta o marinheiro Chateraide, que desempenha a função de “Ouvido de Ouro”, responsável por interpretar cada ruído captado pelo sonar da embarcação.
O ator Swann Arlaud vem representar o longa-metragem premiado “Graças a Deus” (Grâce à Dieu/California Filmes), de François Ozon, que recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim deste ano. Ele interpreta Emmanuel Thomassin, que foi abusado sexualmente quando era garoto pelo padre Bernard Preynat, da arquidiocese de Lyon. Baseado em uma história real, o longa estreou na França em fevereiro, dias antes do julgamento do cardeal francês Philippe Barbarin, condenado por seu silêncio sobre os atos cometidos pelo sacerdote de sua diocese. O longa foi visto por cerca de 655 mil espectadores na França. Em 2018, Arlaud recebeu o César de Melhor Ator pelo filme “O Pequeno Fazendeiro”, de Hubert Charruel.
Para representar a comédia “Meu Bebê” (Mon Bébé/Bonfilm), que traz a terna relação de uma mãe com sua filha caçula que está prestes a sair de casa para estudar no Canadá, virão a diretora Lisa Azuelos (“Um Reencontro” e “LOL – Rindo à Toa”) e a jovem atriz Thaïs Alessandrin. Mãe e filha na vida real, a história do longa é inspirada nas experiências e sensações vividas por elas. Assistido por quase 600 mil pessoas na França, “Meu Bebê” recebeu o Grand Prix de direção para Lisa Azuelos e de melhor atriz para Sandrine Kiberlain no Festival Internacional do Filme de Comédia de L’Alpe d’Huez em 2019.
Outra dupla presente nesta edição é o casal de diretores Éric Métayer e Andréa Bescond, que está no comando de “Inocência Roubada” (Les Chatouiles/A2Filmes), A trama, baseada na história da diretora, revela os traumas da vida de uma mulher que foi abusada na infância por um amigo dos pais. O roteiro foi escrito originalmente para o teatro e venceu o Prêmio Molière de Melhor Monólogo em 2016. O longa integrou a seleção do Festival de Cannes em 2018 na mostra “Un Certain Regard” e garantiu dois prêmios César em 2019 nas categorias Melhor Adaptação e Melhor Atriz Coadjuvante (atriz Karin Viard). “Inocência Roubada” já foi visto por cerca de 220 mil pessoas na França.
Já o diretor, autor e roteirista Alexis Michalik estará no Brasil para falar sobre “Cyrano Mon Amour” (Edmond/A2Filmes), que aborda o processo criativo do dramaturgo francês Edmond Rostand ao escrever a aclamada peça “Cyrano de Bergerac”.
Michalik desenvolveu a trama para os palcos em 2016 e ganhou quatro prêmios Molière de teatro francês no ano seguinte: Melhor Dramaturgo, Melhor Comédia, Melhor Peça em Teatro Privado e Melhor Diretor em Peça de Teatro Privada. Na França, o filme contou com 527.400 mil espectadores.
Outro diretor integrante da delegação é Pierre Scholler. Vencedor de quatro prêmios César por “O Exercício do Poder” e “Versailles”, vem ao Brasil apresentar “A Revolução em Paris” (Um people et son roi/Bonfilm), que retrata a gênesis da Revolução Francesa. A produção, que foi construída a partir de uma pesquisa de quase seis anos e custou 17 milhões de euros, reúne um elenco excepcional formado por nomes como Louis Garrel, Adèle Haenel, Izïa Higelin, Gaspard Ulliel, Laurent Lafitte, Olivier Gourmet e Denis Lavant, entre outros. O longa levou 219 mil pessoas aos cinemas franceses.
Confira a programação completa em: http://variluxcinefrances.com/2019/cidade/rio-de-janeiro-rj/
OUTRAS ATIVIDADES
Além da exibição dos filmes, as atividades paralelas contemplam:
- Debates com os integrantes da delegação (atores e cineastas);
- Ações e sessões educativas
- Laboratório franco-brasileiro de roteiros, sob a coordenação de François Sauvagnargues, especialista de ficção e ex-diretor geral do FIPA, o Festival Internacional de Programação Audiovisual (Biarritz, França).