Nesta terça, os curadores Clarissa Diniz, Marcelo Campos e Ulisses Carrilho
“O que é “arte”? Qual o limite do que é considerado “culto” e o que é “popular”? A exposição “Fronteiras da Arte – Criadores Populares”, em cartaz no Espaço Cultural BNDS, realiza, na próxima terça, 4, uma conversa em torno dessa temática que envolve a arte e os artistas populares e suas múltiplas interlocuções. Participam da conversa Clarissa Diniz e Marcelo Campos, curadores da exposição “À Nordeste”, em cartaz no SESC 24 de maio ( São Paulo), e Ulisses Carrilho, curador da mostra “Arte naif – nenhum museu a menos”, em exibição no Parque Lage, no Rio de Janeiro.
A exposição, uma parceria do BNDS com o Museu Casa do Pontal, tem curadoria da antropóloga e diretora do museu, Ângela Mascelani, e apresenta até 28 de junho um conjunto de 100 esculturas e modelagens feitas por 27 artistas populares de todo o país, parte importante do acervo do Museu.
Segundo os organizadores do encontro, o objetivo dessa conversa entre os curadores é buscar entender como os artistas populares e a ideia de arte popular são compreendidos conceitualmente em cada projeto. A proposta é compartilhar com o público os diferentes contextos em que a arte popular é posta em circulação, considerando os tipos de perspectivas que as realizações dessas exposições abrem e para quem são direcionadas
Sobre a exposição
A ideia central da exposição é provocar o público a respeito de percepções do que é “arte”. Fronteiras entre o que é dito “culto” e o que é “popular” aos poucos vão mudando seus contornos. Com uma reflexão sobre as criações populares e seus universos de referência, a exposição apresenta os artistas criadores, suas esculturas, modelagens e mitologias individuais.
Nas palavras da curadora, “assinalando o desenvolvimento de estilos singulares e de linguagens originais, a exposição também pretende balizar o poder da criação – presente em todos os meios sociais – na transformação de vidas. Por meio de rica criação plástica, indivíduos das camadas populares inventam mundos imaginários e os compartilham conosco”.
Dentre as obras expostas, uma instalação de mais de 500 pratos propõe um jogo no qual a relação arte/artesanato se explicita e, simultaneamente, afirma suas diferenças: contrapondo a produção em série com criações nas quais a subjetividade e autoria são evidenciadas.
“Fronteiras da Arte” traz ainda obras dos consagrados Mestre Vitalino e Dona Isabel, além de Ulisses, Galdino e Francisco Graciano, que adotam linguagens instigantes e pessoalizadas. Este último, artista novo na coleção do Museu – e que pela primeira vez será exposto como parte do acervo –, oferece ao expectador animais de cores luminosas que estabelecem diálogos com as obras de outros artistas, nas quais as separações entre humano e animal são diluídas, possibilitando mais uma camada narrativa na questão das fronteiras.
A mostra inaugura um novo desenho institucional do Museu Casa do Pontal, no qual as exposições itinerantes do acervo, pelo Brasil e o mundo, ganham protagonismo, se abrindo para múltiplas parcerias.
Espaço Cultural BNDES
Av, Chile, 100 – Centro
Próximo ao metrô Carioca
SERVIÇO
FRONTEIRAS DA ARTE – CRIADORES POPULARES
Espaço Cultural BNDES (Av. República do Chile 100, Centro)
De 25 de abril a 28 de junho
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h
Visitas guiadas: de segunda a sexta-feira, às 12h30; quartas e quintas-feiras às 18h15.
Entrada gratuita