Festival Global Cultural dos Povos Tradicionais Africanos e Afro-diaspóricos terá tamborzada, orquestra de berimbaus, oficinas e muito mais
A Semana da Consciência Negra terá, este ano aqui no Rio, o Festival Global dos Povos Tradicionais Africanos e Afro-diaspóricos, organizado pelo Arquivo Nacional em parceria com o Laboratório de Histórias das Experiências Religiosas (LHER) e com o Projeto em Africanidade na Dança Educação (PADE), ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Outras instituições, como o Pan African Strategic And Policy Research Group, também participam do projeto.
O festival acontecerá nos dias 19, 20 e 21 de novembro, no IFCS/UFRJ, no Arquivo Nacional, na UNIRIO e no Teatro João Caetano, e contará com a participação de profissionais ligados ao mundo das performances artísticas oficiais de percussão, mesas acadêmicas e espetáculos
O evento, que tem o objetivo de promover a colaboração e a integração entre os grupos artísticos e culturais do continente africano e do Brasil, foi gestado a partir da vontade do professor nigeriano Ishola Willams de fomentar a união, inteiração e traçar experiências entre as culturas africanas e afro-diaspóricas. Além proporcionar uma melhor e maior integração não só no campo artístico, mas também em todas as nossas ações em defesa da liberdade religiosa, da tolerância, diversidades e pluralidades culturais, religiosa e espirituais. “Em um momento em que as religiões de matrizes africanas vem sofrendo perseguições de todos os lados, ter um festival que valoriza as identidades negras é fundamental para a fortalecimentos das nossas resistências contra a intolerância religiosa no Brasil!”, atesta o Dr. Prof. Babalawô Ivanir dos Santos – representante do PANAFSTRAG
Programação:
19/11 (SEGUNDA) –
LOCAL: IFCS/UFRJ
10h às 10h30 – Apresentação Iewá PADE e Orquestra de Berimbaus Abadá-Capoeira
A Orquestra de Berimbaus da Abadá-Capoeira, com 28 anos, será regida pelo Mestre Cobra. O repertório inclui, além dos toques tradicionais da capoeira, toques em referência a manifestações culturais brasileiras e diversos gêneros musicais, tais como baião, samba de roda, xaxado, samba-reggae, culminando com a entoação do Hino Nacional, causando surpresa e despertando atenção pela riqueza dos seus arranjos.
10h30 às 12h – Abertura do Festival (Salão Nobre do IFCS/ UFRJ): Presenças de: Diretor do IFCS, Diretor do Arquivo Nacional, Diretora da Escola de Educação Física e Desporto da UFRJ, Professor Dr. André Chevitarese e Ivanir dos Santos.
14h às 16h – Mesa 1: Identidade e Memória: Diáspora e Religiões no Brasil (Salão Nobre) – Mediadora: Professora Pós Doutora Helena Theodoro. Palestrantes: Doté Hugo de Azonsú, Professor Doutor Renato Barreto, Carolina Potiguara e Professor Marcos Moura.
16h30 às 17h – Performance “Corpo Macumba” – Fábio Costta (É um festejo. É um rito de passagem. É um protesto. É a rememoração de um corpo que é atravessado por diversos saberes adquiridos na encruzilhada da existência).
17h às 18h30 – Oficina de ritmos “Uma vivência Afro-Amazônica”, com Mestre Silvan Galvão
O paraense de Santarém Silvan Galvão, radicado hoje no Rio, é um artista múltiplo. É cantor, compositor, percussionista e mestre de carimbó. O carimbó foi reconhecido pelo Iphan em 2014 como patrimônio cultural imaterial brasileiro, e Silvan Galvão foi reconhecido co- mo um dos mestres da região do oeste do Pará pelo Movimento de Salvaguarda do Carimbó.
LOCAL: TEATRO JOÃO CAETANO
19h às 21h – Jongo da Serrinha
* O grupo Cultural Jongo da Serrinha apresenta o show “Vida ao jongo”. O premiado Grupo Cultural Jongo da Serrinha, conta em espetáculo a história do ritmo, que deu origem ao samba – tombado em 2005 pelo IPHAN como primeiro Patrimônio Imaterial do sudeste – O espetáculo é de música e dança, desse ritmo envolvente.
20/11 (TERÇA)
LOCAL: IFCS/UFRJ
10h às 12h – Mesa 2: Herança da Espiritualidade Africana (Salão Nobre)
Mediadora: Professora Doutora Inêz Calfa – Palestrantes: Professora Doutora Katya Gualter, Professora Doutora Celina Batalha e Yalorixá Maria de Xangô.
14h às 16h – Mesa 3: Saúde e Cultura Afro-Brasileira e Indígena (Salão Nobre)
Mediador: Professor Doutor Luiz Henrique Chad Pellon (UNIRIO) – Palestrante: Professor Doutor Antonio Marcos Tosoli Gomes (UERJ); Professor Doutor Nilton Souza da Silva (UFRRJ); Anapuaka Tupinambá (Radio Yandê)
16h às 17h30 – Atividade concomitante: Roda de Conversa com o Ogã Bangbala – Ogã é o nome que se dá a determinadas funções masculinas dentro de um terreiro de candomblé. Tanto na língua iorubá quanto na jeje, o termo refere-se a “chefe” ou “pessoa superior”. É o escolhido para estar lúcido durante os rituais religiosos. Ogã Bangbala, dedica-se, há mais de 70 anos, a preservar e difundir o candomblé e a defender as tradições de matriz africana.
LOCAL: TEATRO JOÃO CAETANO
19h às 21h – CORPOralidades Negras – Festival de performances com diversos grupos:
“Igbá Exu: Onde assenta o Caos” – Genilson Leite (A performance produz uma ruptura no tempo espaço estreitando e a relação entre performer e público proporcionando experiências efêmeras).
“Salùba!” – Gizele Alves (A vida se desenvolve em processos, em níveis. A evidência das experiências desse processo se materializa através da forma).
“AGÔ” – NUDAFRO Cia de Dança Contemporânea da UFRJ, com Direção de Tatiana Damasceno (espetáculo que aborda questões que percorrem o cotidiano de atores sociais afrodescendentes relacionando-os com a linguagem da dança contemporânea.
“Ê Coreira!” – Aedda Mafalda (dança afro contemporânea, em cena elementos de seu cotidiano, sua feminilidade e sua relação com o Tambor de Crioula do Maranhão)
“Vozes de nós Fragmentos de um corpo em Expansão” – Aline Valentim (obra é uma homenagem a todas as nossas ancestrais afrodescendentes, e principalmente, a irmã Marielle Franco).
“Dúdù” – Thiago Caetano (o bailarino e coreografo irá passar por diversas situações e texturas para retratar fatos vivenciados, resgatando através do corpo e respiração a opressão negra no Brasil)
* “Preta Luta”, com Jéssica Castro (performance de dança, poesia e música).
* “Katecô” – Coletivo Muanes Dança teatro / Prof. Denise Zenicola (Sempre é preciso avivar e criar memória, num país onde tudo ou quase tudo se desfaz em vagas lembranças e memórias seletivas. Entendemos que a dança mais que uma profissão é um modo de vida e através dela, a dança, histórias pessoais e memórias de esquecimento, podem ser contadas).
21/11 (QUARTA)
LOCAL: ARQUIVO NACIONAL
10h às 12h – Mesa 4: Corpo Afro-diaspórico (Auditório principal). Mediadora: Professora Doutora Tatiana Damasceno – Palestrantes: Professora Doutora Denise Zenícola, Professora Doutora Ana M. Canavarro Benite e Professor Mestre Éle Semog
10h às 12h – Atividade concomitante: Mostra de Curtas e Médias, seguido por Roda de Conversa (Cave)
14h às 16h – Mesa 5: Criação do Mundo Segundo os Fons, Bantos e Iorubás (Auditório principal). Mediadora: Professora Pós Doutora Helena Theodoro – Palestrantes: Milton Cunha, Laila (Beija-flor) e Severo Luzardo Filho (União da Ilha)
14h às 16h – Atividade concomitante: Mostra de Curtas e Médias, seguido por Roda de Conversa (Cave)
16h30 às 18h – Teatro de Arena do Arquivo Nacional: Jongo de Pinheiral
O jongo de Pinheiral passou a se organizar como grupo no início dos 1990, com a criação da União Jongueira. Em 1996, com o objetivo de preservar a dança do jongo e aprimorar a biblioteca da cultura afro brasileira na região, eles fundaram o Centro de Referências e Estudos Afro do Sul Fluminense (Creasf). E passaram a estreitar seus vínculos com escolas e universidades, contando a história da criação da cidade e mantendo viva a memória dos antepassados.
LOCAL: TEATRO JOÃO CAETANO
18h – lançamento de livros
Autora: Eliana Alves Cruz – Livro: Água de Barrela e o Crime do Cais do Valongo /
Autora: Taís Espírito Santos – Livro: Olhos de Azeviche / Autor: Éle Semog – Livro: A Cor da Demana.
19h às 21h – Tamborzada – Companhia Folclórica do Rio – UFRJ 30 anos.
Coordenada pela Professora Doutora Eleonora Gabriel, a Companhia Folclórica do Rio – UFRJ comemora seus 30 anos de existência. “As batidas do coração inspiram homens e mulheres brasileiros a criar formas de imitá-las e desafiá-las em contratempos e emoção. Por todo Brasil batemos tambores de muitos jeitos, vindos de culturas ancestrais e afinados com a diversidade de nossas histórias. Tambores temperados nos encontros de pessoas de vários lugares do mundo com os povos indígenas, donos originais da nossa terra. Reunindo 40 artistas, entre músicos, dançantes e artistas plásticos, TAMBORZADA mostra com quantos batuques se faz a cultura do Brasil.
LOCAL: UNIRIO
10h às 12h – Mesa 6: Políticas públicas de acervos arquivísticos dos povos afro-brasileiros e indígenas
Mediador: Dr. Flávio Leal Silva (UNIRIO)
Palestrantes: Carla Lopes – servidora do AN Coordenadora da Mesa – Doutorando do PPGARTES/UERJ – Maria do Carmo Teixeira Rainho – servidora do AN e curadora de exposições – Doutora em História Social/UFF – Gabriel Cid – Museu Afro-digital (Seção Rio de Janeiro) – Doutor em Sociologia (IESP/UERJ), Mestre em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ), graduação em Ciências Sociais (UERJ) e em História (UNIRIO).
O QUE: Festival Global Cultural dos Povos Tradicionais Africanos e Afro-diaspóricos
QUANDO: 19 A 21/11LOCAIS DAS ATIVIDADES
ONDE:
IFCS (Largo São Francisco de Paula, 1 – Centro)
TEATRO JOÃO CAETANO (Praça Tiradentes, s/n – Centro)
ARQUIVO NACIONAL (Praça da República, 173 – Centro)
UNIRIO (Rua Dr. Xavier Sigaud, 290 – Urca)