Espetáculo independente vai fazer homenagem a Belchior com financiamento coletivo

Desde que morreu, no ano passado, Belchior tem sido merecidamente reverenciado, seja nos palcos, nas galerias, na academia ou em livrarias. Afinal, sua profícua carreira o tornou um dos artistas mais singulares da música brasileira, cuja obra parece infinita do ponto de vista das interpretações e releituras. É nesse contexto que está em gestação o espetáculo independente “Na parede da memória”, produzido por Edésio Mota, Caroline Alves e Glória Dinniz, com previsão para estrear em maio no Teatro dos 4 no Shopping da Gávea. A direção é de Paulo Merísio, com direção musical de Delfim Moreira e do músico Leandro Parisi. A dramaturgia de Frabrício Branco e tem no elenco Daniel Villas, Edésio Mota, Gloria Dinniz e Nina Alvarenga.

Para a concretização do espetáculo, o grupo criou uma campanha no Catarse, o maior site de financiamento coletivo do Brasil. Para doar, basta acessar https://goo.gl/b3iZbo . “Nosso projeto está prestes a se concretizar, mas… como todos sabemos, a luta que é realizar um projeto cultural independente precisamos da ajuda de todos”, diz a atriz Gloria Dinniz, responsável pelo projeto no Catarse. “Toda contribuição é válida e super importante. Dá uma olhadinha nas recompensas, estamos pensando tudo com muito carinho pra fazer o melhor que uma homenagem a Belchior, pois ele merece!”, diz ela, bastante entusiasmada com o projeto.

Na parede da memória é inspirado na obra de Belchior, e conta a história de quatro amigos separados pelo tempo e por suas diferenças que se reencontram em um apartamento onde todos já viveram antes. Fechando um ciclo da história, cada personagem deve retirar o que é seu do imóvel. O único desacordo parece estar na propriedade do disco Alucinação, de Belchior, objeto reclamado por todos. Um reflexo do passado ganha cores contemporâneas, no desenrolar da trama que situa a história política atual do país e do mundo. Um acerto de contas com o passado que vai além do indivíduo e atinge o olhar do homem comum, tão bem descrito por Belchior. Cada canção se torna rascunho do destino, tendo a poesia e a ação como forma de narrar essa história. Se é correto dizer que “o passado sempre vem” que ele se cristalize NA PAREDE DA MEMÓRIA.