Desde as primeiras cenas de “A Criada”, de Park Chan-wook, que estreou no fim do ano passado no Brasil, percebe-se que o diretor sul-coreano tem o domínio de uma estética cinematográfica personalizada e de extremo apuro, à parte o roteiro que deixa o telespectador perplexo a cada reviravolta durante as quase duas horas e meia de duração do longa.

Aplaudido pela crítica e público por onde passa, “A Criada” joga na tela temas ainda difíceis de digerir no seu país de origem, como o amor entre mulheres, mas mais do que isso, expõe a ardilosa e refinada inteligência feminina que dá nó nos personagens masculinos da trama, seja em termos de poder ou mesmo no quesito submissão sofrida pelas mulheres da Coreia dos anos 30 e que ainda ocorre em muitas partes do mundo até hoje.

Chan-Wook desta vez até que economizou no sangue característico de outras obras suas, como Old Boy e Sede de Sangue. A sensualidade e erotismo, no entanto, assim como o tema “vingança”, estão presentes do início ao fim da trama.

A Criada (Agassi)
Direção: Park Chan-Wook
Elenco: Kim Min-Hee, Kim Tae-Ri, Ha Jung-Woo
Produção: Coreia do Sul, 2016
Gênero: Drama, Romance, Suspense

Texto: Jairo Sanguiné
Imagem: Divulgação