Acervo que reúne 80 fatos, entre imagens, vídeos e sons que constituem as memórias física, histórica e afetiva do Rio de Janeiro, será lançado dia 28, na Universidade Estácio.

 

 

 

Divulgação/R3S

 

Um museu totalmente virtual que recorta parte da história do Rio de Janeiro através de duas galerias – RIO DESAPARECIDO e RIO DE SONS – será inaugurado no dia 28 de agosto, em evento na Unidade Presidente Vargas, da Universidade Estácio, das 19h às 21h, com a participação dos historiadores Rafael da Cruz e Antonio Edmilson Martins, responsáveis pelo conteúdo do site, e Rodrigo Rainha, professor da Estácio e curador do Rolé Carioca. Para conhecer este acervo, que destaca cerca de 80 fatos históricos, desde os primórdios da fundação até o que ainda está acessível aos nossos olhos e ouvidos pelas ruas da cidade, basta entrar no site: www.riomemorias.com.br

Idealizado por Livia de Sá Baião, o Rio Memórias é inspirado no Memorial Minas Gerais, em Belo Horizonte, um museu de experiência que faz um resgate da história e da cultura mineira. Após uma visita, ela imaginou fazer algo semelhante pela memória do Rio. “Diante dos desafios para quem trabalha com Cultura do país, agravados por tragédias como o incêndio do

Museu Nacional, por exemplo, pensamos em começar pelo digital, que tem uma demanda menor por recursos e pode atingir um público maior. Além disso, o virtual também agrada mais a juventude”, explica Livia.

Para ela, “é impossível separar a história do Brasil da história do Rio, capital do país por mais de 200 anos. E não existe nenhum museu ou instituição que conte essa história, que se ocupe da alma e do jeito de ser carioca”.

Duas equipes – uma com pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica (PUC Rio) e outra da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) -, ficaram responsáveis pela pesquisa de conteúdo. A equipe da PUC Rio trabalhou sob orientação do professor Antonio Edmilson Martins, autor de diversos livros sobre o Rio (entre eles, “João do Rio: a cidade e o poeta”). E a equipe de Minas foi coordenada pela professora Heloisa Starling, coautora do livro “Brasil: uma biografia”. A ideia é ter uma formação de acervo contínua.

Duas galerias: RIO DESAPARECIDO e RIO DE SONS

Para um primeiro momento, foram escolhidos dois recortes, materializados em galerias virtuais: RIO DESAPARECIDO e RIO DE SONS. Cada galeria traz fragmentos da história do Rio com textos narrativos associados a imagens, fotos, vídeos, áudios ou músicas, seja revelando uma cidade que não existe mais, como o Palácio Monroe ou o Morro do Castelo, seja destacando os mais variados sons que permeiam as ruas e praias, em diferentes épocas do cotidiano do Rio.

“Queremos mexer com o carioca, fazer com que ele pense e conheça mais sobre a cidade onde vive e como pode transformá-la para melhor. Uma palavra que norteou a nossa pesquisa foi ‘recordar’. Queremos trazer o Rio de volta ao coração dos seus moradores – sem nostalgia, mas com fatos, imagens e sons que constituem quem somos hoje. Do samba ao passinho, da batida das ondas na orla às marteladas nas latarias dos carros na suburbana Rua das Oficinas”, instiga Livia, em breve doutora em Literatura pela PUC Rio.

“Rio Memórias é um projeto que nos ajuda a entender um pouco mais desse lugar que habitamos. Ninguém pode saber para onde quer ir sem antes entender o caminho já percorrido, nossa memória é construída em camadas e apenas assim somos capazes de decidir sobre nosso futuro. As experiências vividas nos formam e trazem a essência de quem somos. É sobre esse entendimento, esse reconhecimento do que é o Rio de Janeiro que buscamos nos aprofundar e revelar”, afirma Paula Brandão, sócia-diretora da Baluarte Cultura, produtora à frente do projeto.

 

Um museu digital, lúdico e interativo

O Museu Rio Memórias também contará com um chatbot, assistente virtual para interação com os visitantes na página do projeto no Facebook. Esta ferramenta será construída através de trilhas de conhecimento, cuja curadoria (feita pela equipe de pesquisa) compilará diversos conteúdos didáticos sobre a história da cidade.

Desta forma, o usuário será remetido prioritariamente a conteúdos próprios do museu virtual, bem como a outros conteúdos da Internet, conforme seleção da curadoria e parcerias. A ferramenta ampliará a possibilidade de interação com o público e divulgará, de forma atrativa, o conteúdo do site. Também facilitará o uso da plataforma por parte de educadores e usuários em geral, instigando a curiosidade de quem interagir com o aplicativo e direcionando as pessoas para temas e conteúdos específicos do acervo.

“Esse museu nasce digital, de forma lúdica e interativa, e estreia também já se reinventando e buscando conexões com o agora. Nosso chatbot é um dos primeiros no Brasil vinculados à esse propósito museal. Queremos conversar com os jovens e entender melhor quais camadas geram identificação e interesse. E para a Baluarte Cultura faz muito sentido desenvolver um projeto que valoriza nosso passado nos ajudando a refletir sobre qual futuro queremos viver. Pensar nas próximas gerações faz parte de nossa missão, enquanto empresa que busca gerar impactos positivos e um mundo melhor”, completa Brandão.

O Museu Rio Memórias é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura e pelas empresas Estácio, Concrejato, Concremat por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS. Duas aulas-show foram realizadas na Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, em São Cristóvão e no Colégio Estadual Professor Clóvis Monteiro, em Higienópolis, em maio último, a fim de despertar o interesse dos jovens pela memória da cidade e apresentar o site como um lugar interessante de pesquisa e estudo.

 

Destaques do acervo

Com cerca de 80 fatos históricos inicialmente selecionados, o acervo do Museu RioMemórias conta com mais de 200 fotos, além de dezenas de vídeos, áudios e músicas.

Na galeria RIO DESAPARECIDO, vale destacar algumas alas que resgatam apagamentos marcantes motivados tanto por tragédias, quanto por arbítrio de governantes e autoridades, pela violência e criminalidade ou pela simples evolução das modas e da sociedade. Na ala UMA CIDADE QUE SE APAGA são lembrados os escombros que constituem e ferem a história da cidade, de forma repetitiva. Aqui estão contemplados episódios como, por exemplo, o desabamento do Edifício Palace II (qualquer semelhança com a recente tragédia dos prédios na Muzema não é mera coincidência).

Já a ala VIDAS SILENCIADAS traz à tona parte do histórico de assassinatos e derramamentos de sangue que, infelizmente, coexistem com a vocação festiva e solar do balneário, como chacina dos meninos da Candelária, emboscados na chacina da calada da noite. Para puxar alegrias, vale visitar a ala NOITES PASSADAS, que rememora a faceta mais divertida da cidade, a sua eterna vocação para a boemia. Nela, estão os registros das boates Piscina, Vogue e Sótão, três das mais célebres pistas de dança das últimas décadas.

E na galeria RIO DE SONS, destacam-se as principais sonoridades que ajudaram a construir parte da memória afetiva, cultural e religiosa dos cariocas. Na ala RITMOS INVENTADOS estão contemplados os surgimentos das batidas do funk e da dança do passinho, junto às batalhas de rap e aos bailes realizados nas comunidades, manifestações responsáveis por popularizar a cultura produzida nas periferias da cidade em todo o país.

Na ala ENTRE O SAGRADO E O PROFANO, o visitante poderá explorar os traços do sincretismo religioso do Rio, que se revela em festividades de rua, e mescla as sonoridades dos tambores dos terreiros e quilombos urbanos, como os da Sacopã e da Pedra do Sal, aos sinos e corais das igrejas, como as da Candelária, Nossa Senhora do Carmo e Mosteiro de São Bento. Tudo isso sem esquecer das manifestações sonoras que marcam as paisagens exuberantes da Cidade Maravilhosa. Na ala QUANDO A NATUREZA FALA é possível encontrar a sinfonia das florestas, com cantos de pássaros, cascatas, quedas d’água e grutas, o burburinho das praias, os estampidos das nossas típicas tempestades.

 

Programação completa de lançamento

No evento de lançamento, aberto ao público, serão apresentados o site e sua estrutura, formas de navegar pelas galerias – e também o chatbot e como ele funcionará.

Além da apresentação do site, haverá também uma mesa redonda com os historiadores Rafael da Cruz, Antonio Edmilson Martins e Rodrigo Rainha. O debate será em torno do conteúdo do Museu Rio Memórias e será encerrado com uma batalha de SLAM.

 

SERVIÇO

Museu RioMemórias :: evento de lançamento

QUANDO: 28 de agosto, segunda-feira, das 19h às 21h

ONDE: Universidade Estácio – Campus Presidente Vargas | Auditório 2 / 9º andar – Av. Presidente Vargas, 642, Centro do Rio

QUANTO: Entrada franca