Definitivamente a Cultura não está entre as prioridades de nenhum candidato a presidente da República. Na eleição do próximo domingo, que  tem 13 candidaturas na disputa, apenas 5 apresentam propostas para a área da cultura nos programas de governo registrados. E todas essas propostas são bastante vagas, muitas delas estão no programa apenas como penduricalho.

Ao analisar esses programas não se percebe nada a respeito da Cultura nas propostas de Jair Bolsonaro (PSL), Cabo Daciolo (Patriota) e Henrique Meirelles (MDB).  Bolsonaro chegou a falar em extinguir o Ministério da Cultura, em entrevista logo após o incêndio do Museu Nacional: “Não precisamos acabar com o Ministério da Cultura, mas podemos transformar em uma secretaria. Porque não pode ser uma Secretaria? Vai ser fundido ao Ministério da Educação”.

Alguns fazem apenas uma citação passageira, como Alvaro Dias (PODE) , que fala em “cultura livre com Cartão Cultura” sem nenhuma explicação sobre como isso funciona. O programa de Geraldo Alckmin (PDSB) não é muito diferente: “reconheceremos diversas manifestações da cultura brasileira”. José Maria Eymael (DC) também é genérico:  “resgate e valorização da cultura e da identidade nacional”.  João Amoêdo (NOVO) apenas cita “novas formas de financiamento de cultura com fundos patrimoniais de doações”, e Vera Lúcia (PSTU), que diz defender o fomento do Estado à cultura.

Fernando Haddad (PT) fala em  “cumprir a recomendação da Unesco e aumentar progressivamente os recursos para o MinC, visando alcançar a meta de 1% do orçamento da União”.  Guilherme Boulos (PSOL) também aponta em seu programa a destinação de 2% do PIB à área da cultura. Ciro Gomes (PDT) fala em “aperfeiçoar a legislação do mecenato, preocupado em fortalecer expressões artísticas não comerciais, sem desmerecê-las”. A candidata Marina Silva (Rede) diz em seu programa que pretende revitalizar pontos de cultura, investir em fomento por meio de editais, bolsas e premiações e estimular a produção audiovisual. João Goulart Filho (PPL) fala em “revigorar o Ministério da Cultura pelo restabelecimento e fortalecimento de seus institutos para o livro, a música, o cinema e as artes cênicas” e a “criação de uma secretaria especial para as culturas digitais”.