Documentário estreia esta semana na Estação Net Botafogo

A vida extraordinária do jornalista  Tarso de Castro não tinha como não virar filme. Documentário, no caso. E o momento de lançamento de “A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro”, dirigido por Leo Garcia e  Zeca Brito e  com produção de Leticia Friedrich e do cartunista Miguel Paiva, não poderia ser mais propício.  O jornalismo brasileiro precisa urgentemente ser reinventado, tal como Tarso o fez lá no final dos anos 60, quando juntou-se a Jaguar e Sérgio Cabral (o pai, não o filho, presidiário ex-governador do Rio) e fundou o hilário O Pasquim, que tinha um timaço de colaboradores: Millôr Fernandes, Ziraldo, Claudius, Fortuna, Henfil, Luiz Carlos Maciel, Paulo Francis, o que o transformou em um marco na contracultura brasileira, que combatia a ditadura militar com deboche e irreverência.  Ou seja, O Pasquim era a cara do Tarso, uma das personalidades da mídia mais adjetivadas da época: boêmio, sedutor, mulherengo, mal-caráter, guerrilheiro, provocador, gênio, porra-louca, absolutamente intenso e extremamente encantador. Morreu cedo, muito cedo de cirrose hepática aos 49 anos de idade, em 1991.

O longa-metragem A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro, que já entra em cartaz no Estação Net Botafogo esta semana, resgata a história de um dos mais importantes e polêmicos jornalistas do país, além de traçar uma panorâmica do país nas décadas de 60 a 80 e seus irreverentes personagens, aquela geração de artistas e intelectuais que abalou a estrutura dos militares. E como o bar era o ambiente preferido do personagem central do filme, as entrevistas para falar dele só poderiam acontecer nas mesas de botequins do Rio. “Buscamos a irreverência característica das entrevistas que o Tarso fazia. Criamos uma narrativa circular, em que são construídos diálogos com os personagens falando do Tarso ao telefone numa grande conversa”, diz o diz o diretor Zeca Brito, em referencia ao fato de Tarso estar sempre ao telefone, “seja atrás de fontes ou

Entre os entrevistados estão o cartunista Jaguar, o jornalista Sérgio Cabral, Paulo Caruso, Eric Nepomuceno, Nelson Motta, Roberto D’Ávila, Paulo César Pereio, Caetano Veloso, o ator Antônio Pedro, a ex-mulher de Tarso, Bárbara Oppenheimer, o filho João Vicente de Castro, a mãe de João, Gilda Midani, Luiz Carlos Ferreira Maciel e Tom Cardoso, autor do livro “Tarso de Castro – 75 kg de Músculos e Fúria”.